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terça-feira, 22 de novembro de 2011

URINÁLISE

A urinálise é um teste laboratorial simples, de baixo custo, e é amplamente utilizado. Este exame é responsável pela detecção de processos patológicos intrínsecos ao sistema urinário, e também auxiliam no acompanhamento ou diagnóstico de patologias sistêmicas, como anomalias endócrinas ou metabólicas. Então, através do exame de urina pode ser acompanhada a progressão de uma patologia, a eficácia do tratamento e constatar a cura sem causar nenhum estresse ao paciente.
A quantidade de urina normalmente produzida por um adulto é de aproximadamente de 600 mL a 2.000 mL por dia, a urina noturna raramente excede a 400 mL. A formação da urina ocorre nos rins que filtra um grande volume de líquido do sangue no glomérulo (filtrado glomerular) para os túbulos (urina primária). Além da água, o qual contém pequenas moléculas presentes no plasma e em seguida, no túbulo e no ducto coletor, transporta de volta pra o sangue (reabsorção) os componentes da urina primária em quantidades diferentes conforme a substância bem como conforme a necessidade (regulação). E o restante do filtrado é eliminado com a urina (excreção) (SILBERNAGL; DESPOPOULOS, 2009).
Hoje, a urinálise faz parte da rotina laboratorial e é um trabalho que faz parte da capacidade biomédica. Existem atualmente três tipos importantes de urinálise: 1- A Fita reagente (dipstick) que proporciona múltiplas informações fisioquímicas da urina; 2- urinálise básica que utiliza o exame microscópico do sedimento urinário junto com a fita reagente; 3- e o exame citopatológico especializado do sedimento urinário. Utilizando a parte química e microscópica de um laboratório (HENRY, 2008).
Uma avaliação urinária consiste em dois componentes importantes: (1) determinações fisioquímicas (densidade, aspecto, cor e outras determinações da fita reagente); (2) exame microscópico para evidenciar hematúria, piúria, cilindros (cilindrúria) e cristalúria.
E uma urinálise de rotina observa-se quatro componentes: avaliação da amostra, exame superficial/físico, triagem bioquímica e exame do sedimento.
Na avaliação da amostra é observado se ela está devidamente identificada, se tem condições para o exame solicitado, conservação adequada e se ela num apresenta sinais de contaminação. O exame físico analisa o aspecto, cor, densidade e volume. A triagem bioquímica avalia o pH, proteinúria, glicose e outros açúcares, presença de cetonas, hemoglobina, bilirrubina, presença de nitrito e leucócitos na urina. A avaliação do sedimento deve ser feita com microscopia óptica e os resultados devem ser interpretados juntamente com o exame bioquímico e físico.
Uma análise urinária completa apresenta uma avaliação através de fita reagente, densidade específica e observação do sedimento urinário, esta análise pode auxiliar o clínico a visualizar problemas quando o paciente for assintomático, assim preconizando o diagnóstico e proporcionando uma melhor sobrevida ao paciente. Uma urinálise realizada de forma correta realiza a combinação da análise física, química e o histórico do paciente, assim podem incluir ou excluir diversas patologias, proporcionando um diagnóstico diferencial (DALMOLIN, 2011).



CONCLUI-SE QUE...

A urinálise é um exame muito importante na rotina laboratorial, pois ele avalia a presença de processos patológicos renais (infecções e insuficiências renais), auxiliando no diagnóstico de diversas patologias, permitindo um monitoramento e a visualização de um progresso destas patologias. Além de permitir a verificação da eficácia de tratamentos.
A metodologia pode ser realizada da seguinte forma:
1º é realizado a análise físico-química da urina coma fita reagente. Nela é permitida a visualização da cor, da densidade, do aspecto, volume, pH, glicose, uribilinogênio ou bilirrubina, presença de leucócitos, nitrito, proteínas, cetonas, hemoglobina na urina. São realizadas anotações que auxiliaram na fase de visualização dos sedimentos.
Onde primeiramente são visualizadas as características físicas da urina:
-Cor: normalmente a urina apresenta uma coloração transparente e amarelada. Nunca deve ser considerado como um fator característico de patogenia deve ser associado com os outros resultados. Podendo ser encontradas a cor amarela clara, amarelo citrino e amarelo escuro.
-Turbidez: é influenciada pela concentração urinária. Leucócitos, eritrócitos, cristais, bactérias, muco, lipídeos e materiais contaminantes podem aumentar a turbidez da amostra. A turbidez pode apresentar as seguintes classificações: turvo, levemente turvo ou límpido.
-Densidade: A densidade indica a concentração das substâncias sólidas diluídas na urina. Quanto menos água houver na urina, menos diluída ela estará e maior será sua densidade. Urina com densidade próxima de 1030 indica desidratação. São muito amareladas e normalmente possuem odor forte.
-Volume: observa o volume de urina apresentado pelo paciente.
E com a fita reagente são obtidos as características químicas. Que são:
-pH: A urina é naturalmente ácida, pois o rim é o principal meio de eliminação dos ácidos do organismo. Valores maiores ou igual 7 podem indicar presença de bactérias que alcalinizam a urina. Valores menores que 5,5 podem indicar acidose no sangue ou doença nos túbulos renais.
-Glicose: Toda a glicose que é filtrada nos rins, é reabsorvida de volta para o sangue pelo túbulos renais. Deste modo, o normal é não apresentar evidências de glicose na urina. Os doentes com diabetes mellitus costumam apresentar glicose na urina. Só há glicose na urina se houver excesso desta no sangue ou se houver doença nos rins.
-Proteínas: normalmente sua presença é mínima, mas se apresentarem em alta quantidade é sinal de doença renal, e deve ser previamente investigada.
-Hemácias, hemoglobina ou sangue na urina: a presença na urina pode ocorrer por diversos motivos, desde um falso positivo devido à menstruação, até infecções, doenças renais graves e doenças do trato urinário.
-Leucócitos: A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há atividade inflamatória nas vias urinárias. Em geral sugere infecção urinária, mas pode estar presente em várias outras situações, como traumas, drogas irritativas ou qualquer outra inflamação não causada por um agente infeccioso.
-Cetonas: são produtos da metabolização das gorduras. Não estão presentes na urina. A sua detecção pode indicar diabetes descompensado ou jejum prolongado.
-Urubilinogênio ou bilirrubina: podem indicar doença hepática (fígado) ou hemólise (destruição anormal das hemácias). A bilirrubina só costuma aparecer na urina quando os seus níveis sanguíneos ultrapassam 1,5 mg/dL.
-Nitritos: A urina é rica em nitratos. A presença de bactérias na urina transforma esses nitratos em nitritos. Logo, fita com nitrito positivos é um sinal da presença de bactérias. Nem todas as bactérias têm a capacidade de metabolizar o nitrato, por isso, nitrito negativo de forma alguma descarta infecção urinária.
2º uma parte da urina que é colocada em um tubo é levada para centrifugação, para que possam realizar a análise microscópica dos sedimentos e verificar a presença de leucócitos e cilindros, células epiteliais, cristais e outros corpos presentes na urina.

-Cilindros são exclusivamente renais e forma-se especial no interior da luz do túbulo contornado distal e do ducto coletor. Seu aparecimento na urina é influenciado pelos materiais presentes no filtrado no momento de sua formação, cada cilindro apresenta condições clínicas diferentes; Cilindro hialino: comumente encontrados na urina, aumento considerado normal em certas situações fisiológicas (exercício físicico intenso, febre, desidratação); Cilindro hemático: associado à doença renal intrínseca; Cilindro leucocitário: indicam infecções ou inflamação renal, exige investigação clínica; Cilindro de células epiteliais: são encontrados após exposição nefrotóxica ou podem estar associados a infecções virais, como citomegalovírus; Cilindro granuloso: Aumento representa doença renal glomerular ou tubular; Cilindro céreo: ocorre quando há estase prolongada por obstrução tubular, chamdo de cilindros da insuficiência renal; Cilindros graxos: presente em síndrome nefrótica, nefropatia diabética, doenças renais crônicas, glomerulonefrites;

-Células epiteliais: Algumas células epiteliais encontradas no sedimento urinário resultam da descamação normal de células velhas, outras representam lesão epitelial por processos inflamatórios ou doenças renais;

-Cristais: sua presença pode indicar distúrbios em doenças do fígado, erros inatos do metabolismo ou lesão renal causada pela cristalização de metabólitos de drogas nos túbulos.

Como foram observados os exames de urina são adotados como solicitação padrão dos clínicos, com o objetivo de auxiliar no diagnóstico de diversas patologias. Os resultados visualizados na sua maioria estavam normais, alguns apresentaram a presença de nitrito, excesso de proteínas na urina (proteinúria) e presença de hemoglobina.







REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIVROS:


• HENRY, John Bernad. Diagnósticos Clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 20ª Edição. Editora: Manole. Barueri-SP, 2008.
• SILBERNAGL, Stefan; DESPOPOULOS, Agamemnon. Fisiologia texto e atlas. 7ª Edição. Editora: Artmed. Porto Alegre, 2009.


INTERNET:


• INSTITUTO DE PATOLOGIA CLÍNICA H. PARDINI. Manual de Exames. 2002. Disponível em:
www.hermespardini.com.br;

• CASTIGLIA, Yara Marcondes Machado; VIANNA, Pedro Thadeu Galvão. Monitorização da Função Renal. Revista Brasileira de Anestesia. Volume: 42, Nº: 1. Págs: 85 a 89. 1992. Disponível em: www.rbaonline.com.br;

• DALMOLIN, Magnus L. A urinálise no diagnóstico de doenças renais. 2011. Disponível em: www.ufrgs.br;







Acadêmica: Karen Quevedo
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