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terça-feira, 22 de novembro de 2011

URINÁLISE

A urinálise é um teste laboratorial simples, de baixo custo, e é amplamente utilizado. Este exame é responsável pela detecção de processos patológicos intrínsecos ao sistema urinário, e também auxiliam no acompanhamento ou diagnóstico de patologias sistêmicas, como anomalias endócrinas ou metabólicas. Então, através do exame de urina pode ser acompanhada a progressão de uma patologia, a eficácia do tratamento e constatar a cura sem causar nenhum estresse ao paciente.
A quantidade de urina normalmente produzida por um adulto é de aproximadamente de 600 mL a 2.000 mL por dia, a urina noturna raramente excede a 400 mL. A formação da urina ocorre nos rins que filtra um grande volume de líquido do sangue no glomérulo (filtrado glomerular) para os túbulos (urina primária). Além da água, o qual contém pequenas moléculas presentes no plasma e em seguida, no túbulo e no ducto coletor, transporta de volta pra o sangue (reabsorção) os componentes da urina primária em quantidades diferentes conforme a substância bem como conforme a necessidade (regulação). E o restante do filtrado é eliminado com a urina (excreção) (SILBERNAGL; DESPOPOULOS, 2009).
Hoje, a urinálise faz parte da rotina laboratorial e é um trabalho que faz parte da capacidade biomédica. Existem atualmente três tipos importantes de urinálise: 1- A Fita reagente (dipstick) que proporciona múltiplas informações fisioquímicas da urina; 2- urinálise básica que utiliza o exame microscópico do sedimento urinário junto com a fita reagente; 3- e o exame citopatológico especializado do sedimento urinário. Utilizando a parte química e microscópica de um laboratório (HENRY, 2008).
Uma avaliação urinária consiste em dois componentes importantes: (1) determinações fisioquímicas (densidade, aspecto, cor e outras determinações da fita reagente); (2) exame microscópico para evidenciar hematúria, piúria, cilindros (cilindrúria) e cristalúria.
E uma urinálise de rotina observa-se quatro componentes: avaliação da amostra, exame superficial/físico, triagem bioquímica e exame do sedimento.
Na avaliação da amostra é observado se ela está devidamente identificada, se tem condições para o exame solicitado, conservação adequada e se ela num apresenta sinais de contaminação. O exame físico analisa o aspecto, cor, densidade e volume. A triagem bioquímica avalia o pH, proteinúria, glicose e outros açúcares, presença de cetonas, hemoglobina, bilirrubina, presença de nitrito e leucócitos na urina. A avaliação do sedimento deve ser feita com microscopia óptica e os resultados devem ser interpretados juntamente com o exame bioquímico e físico.
Uma análise urinária completa apresenta uma avaliação através de fita reagente, densidade específica e observação do sedimento urinário, esta análise pode auxiliar o clínico a visualizar problemas quando o paciente for assintomático, assim preconizando o diagnóstico e proporcionando uma melhor sobrevida ao paciente. Uma urinálise realizada de forma correta realiza a combinação da análise física, química e o histórico do paciente, assim podem incluir ou excluir diversas patologias, proporcionando um diagnóstico diferencial (DALMOLIN, 2011).



CONCLUI-SE QUE...

A urinálise é um exame muito importante na rotina laboratorial, pois ele avalia a presença de processos patológicos renais (infecções e insuficiências renais), auxiliando no diagnóstico de diversas patologias, permitindo um monitoramento e a visualização de um progresso destas patologias. Além de permitir a verificação da eficácia de tratamentos.
A metodologia pode ser realizada da seguinte forma:
1º é realizado a análise físico-química da urina coma fita reagente. Nela é permitida a visualização da cor, da densidade, do aspecto, volume, pH, glicose, uribilinogênio ou bilirrubina, presença de leucócitos, nitrito, proteínas, cetonas, hemoglobina na urina. São realizadas anotações que auxiliaram na fase de visualização dos sedimentos.
Onde primeiramente são visualizadas as características físicas da urina:
-Cor: normalmente a urina apresenta uma coloração transparente e amarelada. Nunca deve ser considerado como um fator característico de patogenia deve ser associado com os outros resultados. Podendo ser encontradas a cor amarela clara, amarelo citrino e amarelo escuro.
-Turbidez: é influenciada pela concentração urinária. Leucócitos, eritrócitos, cristais, bactérias, muco, lipídeos e materiais contaminantes podem aumentar a turbidez da amostra. A turbidez pode apresentar as seguintes classificações: turvo, levemente turvo ou límpido.
-Densidade: A densidade indica a concentração das substâncias sólidas diluídas na urina. Quanto menos água houver na urina, menos diluída ela estará e maior será sua densidade. Urina com densidade próxima de 1030 indica desidratação. São muito amareladas e normalmente possuem odor forte.
-Volume: observa o volume de urina apresentado pelo paciente.
E com a fita reagente são obtidos as características químicas. Que são:
-pH: A urina é naturalmente ácida, pois o rim é o principal meio de eliminação dos ácidos do organismo. Valores maiores ou igual 7 podem indicar presença de bactérias que alcalinizam a urina. Valores menores que 5,5 podem indicar acidose no sangue ou doença nos túbulos renais.
-Glicose: Toda a glicose que é filtrada nos rins, é reabsorvida de volta para o sangue pelo túbulos renais. Deste modo, o normal é não apresentar evidências de glicose na urina. Os doentes com diabetes mellitus costumam apresentar glicose na urina. Só há glicose na urina se houver excesso desta no sangue ou se houver doença nos rins.
-Proteínas: normalmente sua presença é mínima, mas se apresentarem em alta quantidade é sinal de doença renal, e deve ser previamente investigada.
-Hemácias, hemoglobina ou sangue na urina: a presença na urina pode ocorrer por diversos motivos, desde um falso positivo devido à menstruação, até infecções, doenças renais graves e doenças do trato urinário.
-Leucócitos: A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há atividade inflamatória nas vias urinárias. Em geral sugere infecção urinária, mas pode estar presente em várias outras situações, como traumas, drogas irritativas ou qualquer outra inflamação não causada por um agente infeccioso.
-Cetonas: são produtos da metabolização das gorduras. Não estão presentes na urina. A sua detecção pode indicar diabetes descompensado ou jejum prolongado.
-Urubilinogênio ou bilirrubina: podem indicar doença hepática (fígado) ou hemólise (destruição anormal das hemácias). A bilirrubina só costuma aparecer na urina quando os seus níveis sanguíneos ultrapassam 1,5 mg/dL.
-Nitritos: A urina é rica em nitratos. A presença de bactérias na urina transforma esses nitratos em nitritos. Logo, fita com nitrito positivos é um sinal da presença de bactérias. Nem todas as bactérias têm a capacidade de metabolizar o nitrato, por isso, nitrito negativo de forma alguma descarta infecção urinária.
2º uma parte da urina que é colocada em um tubo é levada para centrifugação, para que possam realizar a análise microscópica dos sedimentos e verificar a presença de leucócitos e cilindros, células epiteliais, cristais e outros corpos presentes na urina.

-Cilindros são exclusivamente renais e forma-se especial no interior da luz do túbulo contornado distal e do ducto coletor. Seu aparecimento na urina é influenciado pelos materiais presentes no filtrado no momento de sua formação, cada cilindro apresenta condições clínicas diferentes; Cilindro hialino: comumente encontrados na urina, aumento considerado normal em certas situações fisiológicas (exercício físicico intenso, febre, desidratação); Cilindro hemático: associado à doença renal intrínseca; Cilindro leucocitário: indicam infecções ou inflamação renal, exige investigação clínica; Cilindro de células epiteliais: são encontrados após exposição nefrotóxica ou podem estar associados a infecções virais, como citomegalovírus; Cilindro granuloso: Aumento representa doença renal glomerular ou tubular; Cilindro céreo: ocorre quando há estase prolongada por obstrução tubular, chamdo de cilindros da insuficiência renal; Cilindros graxos: presente em síndrome nefrótica, nefropatia diabética, doenças renais crônicas, glomerulonefrites;

-Células epiteliais: Algumas células epiteliais encontradas no sedimento urinário resultam da descamação normal de células velhas, outras representam lesão epitelial por processos inflamatórios ou doenças renais;

-Cristais: sua presença pode indicar distúrbios em doenças do fígado, erros inatos do metabolismo ou lesão renal causada pela cristalização de metabólitos de drogas nos túbulos.

Como foram observados os exames de urina são adotados como solicitação padrão dos clínicos, com o objetivo de auxiliar no diagnóstico de diversas patologias. Os resultados visualizados na sua maioria estavam normais, alguns apresentaram a presença de nitrito, excesso de proteínas na urina (proteinúria) e presença de hemoglobina.







REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIVROS:


• HENRY, John Bernad. Diagnósticos Clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 20ª Edição. Editora: Manole. Barueri-SP, 2008.
• SILBERNAGL, Stefan; DESPOPOULOS, Agamemnon. Fisiologia texto e atlas. 7ª Edição. Editora: Artmed. Porto Alegre, 2009.


INTERNET:


• INSTITUTO DE PATOLOGIA CLÍNICA H. PARDINI. Manual de Exames. 2002. Disponível em:
www.hermespardini.com.br;

• CASTIGLIA, Yara Marcondes Machado; VIANNA, Pedro Thadeu Galvão. Monitorização da Função Renal. Revista Brasileira de Anestesia. Volume: 42, Nº: 1. Págs: 85 a 89. 1992. Disponível em: www.rbaonline.com.br;

• DALMOLIN, Magnus L. A urinálise no diagnóstico de doenças renais. 2011. Disponível em: www.ufrgs.br;







Acadêmica: Karen Quevedo

sábado, 29 de outubro de 2011

SUS e o PSF




Os PSF são de grande importância para a população, pois são unidades básicas de saúde que orientam as pessoas através de uma equipe multiprofissional. Ele vem atuando na prevenção e promoção da saúde, além de contribuir a reorganizar o serviço da saúde.
Cada equipe de profissionais atende uma quantidade de famílias em uma determinada região, de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na ma0nutenção da saúde desta comunidade.
O trabalho de equipes da Saúde da Família primordial para se manter uma comunicação e troca conhecimentos entre os profissionais da saúde. Essas equipes são compostas, pelo menos, por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde. Essas equipes podem conter também um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental, caso sejam ampliadas.
Cada uma dessas equipes é responsável de acompanhar pelo menos quatro mil habitantes. Normalmente elas trabalham em unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade. Com isso podemos entendê-la como uma porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde.
Essas equipes, por atenderem em determinadas regiões, podem agrupar informações de importância epidemiologia, contribuindo para melhor prevenção e tratamento das doenças relacionadas com o local.
O pré-atendimento realizado no local segue um padrão, onde se afere a pressão arterial, pesa-se, mede-se a temperatura e altura dos pacientes. Em seguida é realizada uma consulta clínica com o médico.
Podemos considerar o PSF como uma forma de evitar lotação em hospitais, pois se tem uma equipe de profissionais para atender esses pacientes antes que a doença torne-se grave, sendo que os atendidos no posto não buscam setores emergenciais. Por esse motivo entendemos o PSF como sendo uma estratégia governamental para abrandar os atuais problemas de saúde pública.
A expansão e a qualificação da atenção básica, organizadas pela estratégia Saúde da Família, compõem parte do conjunto de prioridades políticas apresentadas pelo Ministério da Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde. Esta concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011)

Concluí-se...

A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para as equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no contexto do SUS. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011)
O PSF é de grande importância para a saúde pública, pois trabalha na promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças, tanto nas unidades de atendimento básico, como nas residências através dos agentes comunitários. Previnem utilizando-se de campanhas programadas e efetivadas diretamente sobre a população; tratam e reabilitam através da equipe multiprofissional.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. MISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Atenção Básica: atenção básica e saúde da família, 2011. Disponível em: www.dab.saude.gov.br; Acesso: 11 de Setembro de 2011 às 16h45min.
  2. SANTANA, M.; Programa Saúde da Família no Brasil: Um Enfoque Sobre Seus Pressupostos Básicos, Operacionalização e Vantagens; 2001.


Acadêmica: Frantiesca Vargas

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nova ferramenta de reparo de código genético é encontrada



Estudos sobre como as células reparam DNA danificado descobriram uma nova classe de enzimas reparadoras na superfamília uracila-dna glicosilase (UDG).
O DNA é uma cadeia de uma longa molécula composta de quatro blocos de construção: A para adenina, T de timina, G para guanina e C para citosina. A hereditariedade de todos os organismos é determinada pelo pareamento de A com T e G com C.
O DNA é constantemente agredido por várias tensões. Um tipo comum de dano é a modificação de três dos quatro blocos de construção do código genético, A, G, C, por um processo químico chamado desaminação.
A consequência genética da desaminação é a mudança do pareamento do código genético. Por exemplo, a desaminação de C (citosina) vai gerar U (uracila). Ao invés de emparelhar com G como C fazia, U fará par com A. Ao fazer isso, a desaminação muda o programa genético no interior da célula e pode causar mutações perigosas, resultando em doenças.
Para garantir a integridade do material genético, as células são equipadas com um “kit de ferramentas moleculares” que reparam os danos ao DNA. O kit é composto por uma variedade de moléculas diferentes – chamadas enzimas – que evoluem para reparar os diferentes tipos de danos. Uma dessas enzimas é chamada de uracila-dna glocosilase (UDG).
Como o próprio nome indica, ela é tradicionalmente conhecida como uma enzima que remove a uracila do DNA. Pela desaminação de C ser um tipo muito comum de dano encontrado no DNA, a UDG foi encontrada em muitos organismos e os pesquisadores as agruparam em cinco famílias, na chamada superfamília UDG.
Em um trabalho mais recente, pesquisadores descobriram uma nova classe de enzimas nessa superfamília que não tem a capacidade de reparar a uracila. O estudo mostrou que esta classe de enzimas, ao invés disso, está envolvida no reparo de desaminação de um diferente bloco de construção, a adenina.
Surpresa, porque até então todas as enzimas UDG conhecidas eram capazes de reparar uracila.
Para entender como essa nova classe de enzimas funciona como uma ferramenta de reparação, os cientistas combinaram métodos computacionais e bioquímicos para identificar a parte pela qual a máquina de reparo é responsável.
Com esse trabalho, os pesquisadores aprenderam que os kits de ferramentas de reparo do DNA têm uma incrível capacidade de evoluir funções para diferentes tipos de danos.
Além disso, a pesquisa demonstra como as abordagens diferentes, unindo as áreas de computação e bioquímica, contribuem para novas descobertas. Esses esforços podem aumentar consideravelmente a eficiência da descoberta científica, bem como dar respostas mais aprofundadas para questões muito importantes.

Fonte:
http://hypescience.com/

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

CONTROLE DE QUALIDADE NO LABORATÓRIO CLÍNICO


INTRODUÇÃO


Para se evitar erros simples, nos processos de manuseio, coleta, transporte e armazenagem da amostra, que alteram os resultados dos exames laboratoriais, foi criado o controle de qualidade, então, devem ser seguidos os padrões para assegurar que os resultados demonstrem com fidelidade o estado clínico do paciente.
O laboratório clínico deve assegurar que os resultados produzidos reflitam, de forma fidedigna e consistente, a situação clínica apresentada pelos pacientes, assegurando que não representem o resultado de alguma interferência no processo. A informação produzida deve satisfazer as necessidades de seus clientes e possibilitar a determinação e a realização correta de diagnóstico, tratamento e prognóstico das doenças. (CHAVES, 2010)



1. CONTROLE DE QUALIDADE NO LABORATÓRIO CLÍNICO



O laboratório deve garantir a qualidade de seus produtos, visto que devem ter isso como uma missão produzir resultados corretos. È importante que os laboratórios ofereçam serviços que superem as perspectivas de seus clientes, pois qualidade deve ser definida baseada em seus clientes, que faz uso do serviço.
As conseqüências dos erros em laboratórios de medicina podem ser muitas vezes graves, especialmente quando o teste irá definir um diagnóstico, ocasionando resultados falsos positivo, ou ainda falsos negativos. Ambas as circunstâncias colocam em risco a saúde do paciente e produzem custos desnecessários para o sistema de saúde. (Guimarães, 2011)
 Nos laboratórios de análises clínicas, deve-se garantir a qualidade dos resultados tendo controle absoluto sobre todas as etapas do processo, o qual pode ser denominado de realizar exame, que compreende as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica. Todas essas etapas devem seguir um padrão, pois só assim obteremos qualidade nos exames realizados.
Estabelecer este padrão visa prevenir, detectar, identificar e corrigir todos os erros e possíveis variações de todas as fases, desde o pedido até a entrega do resultado.
Todas as atividades realizadas dentro do laboratório devem ser documentadas, através de Instrução de Trabalho (IT) ou Procedimento Operacional Padrão (POP), isso depois de aprovados e colocados à mostra dos funcionários. Esses documentos descrevem por detalhes cada atividade.

1.1  Controle Interno da Qualidade

É o controle intralaboratorial; a análise diária de amostra de controle com valores conhecidos para avaliar a precisão dos ensaios, como seu funcionamento eficiente e confiável dos procedimentos laboratoriais para fornecer resultados válidos que contribuam ao diagnóstico clínico. Ele verifica a calibração dos aparelhos e indica o momento de haver correção.

1.2  Controle Externo de Qualidade

É o controle interlaboratorial; esse sistema avalia o resultado de cada teste com a média de consenso de seu grupo. Essa média é feita pelo patrocinador do programa utilizando os resultados enviados pelos laboratórios, que são agrupados por metodologias de ensaios empregadas.
Assim vemos que Controle Externo da Qualidade padroniza os resultados de laboratórios distantes através da comparação interlaboratorial de análises de alíquotas do mesmo material.
O laboratório que participa efetivamente de um Programa de Controle Externo da Qualidade pode assegurar que seus resultados aproximam o máximo de exatidão dentro de uma variabilidade analítica permitida.

1.3  Processos pré-analíticos

Diferentes fatores estão envolvidos nos erros de laboratório clínico, principalmente na fase pré-analítica. Esta é a fase mais suscetível aos erros de processos, sobre tudo aqueles processos que estão fora do laboratório clínico e envolvem diretamente tarefas manuais. (Guimarães, 2011)
Esses são difíceis de controlar, já que grande parte ocorre fora do laboratório. Há diversos fatores dentro do processo pré-analítico que podem causar erros ou variações nos resultados:

1.3.1        Identificação

É de grande importância que o paciente, a solicitação do exame e as amostras estejam identificadas; deve-se ter o nome do paciente, com data e hora da coleta e o tipo do material a ser analisado.

1.3.2        Preparação do Paciente

Os profissionais devem ter conhecimento da importância de preparação do paciente para a coleta. Fatores como jejum, estado nutricional, uso de álcool, estresse, fumo, exercícios físicos, postura e interferências medicamentosas.

1.3.3        Coleta da Amostra

Podem ocorrer erros por causa da obtenção, preparação e armazenamento da amostra. Erro na identificação, troca de material, contaminação da amostra, hemólise, estase prolongada, homogeneização, centrifugação, conservação inadequada, anticoagulante errado, entre outros.

1.4  Procedimentos Analíticos

Esses procedimentos, que são o dá análise propriamente dita, devem ser implantados na rotina laboratorial com confiabilidade e praticidade. Deve-se considerar também a qualidade da água, limpeza das vidrarias, calibração dos dispositivos de medição de ensaio (pipetas, vidrarias, equipamentos.
Todos os processos analíticos devem ser documentados com detalhes, assim como os pré-analíticos.
O modelo de trabalho nessa fase deve apresentar o nome do procedimento; nome e fundamento do método; principais aplicações; tipo de amostra do paciente; padrões, calibradores, controles, reagentes e insumos; equipamentos; cuidados e precauções; procedimento detalhado; linearidade do método; cálculos; controle da qualidade; valores críticos; observações.

1.5  Procedimentos Pós-analíticos

Consistem nas etapas executadas após a realização do exame, o que incluem o cálculo dos resultados, análise da consistência dos resultados, liberação dos laudos, transmissão e arquivamento de resultados, consultoria técnica.
            Os laudos devem ser entregues com letra legível e sem rasuras, sendo que são confidenciais e devem respeitar a privacidade dos pacientes mantendo sigilo sobre os resultados. Os resultados devem ser entregues dentro de prazos especificados, sendo que devem permanecer cópias ou arquivos dos laudos para posterior recuperação.


1.     REFERÊNCIAS


1.     Lopes, H. J.; Garantia e Controle da Qualidade no Laboratório Clínico; Belo Horizonte-MG, 2003.
2.     CHAVES, C. D., [et al]; Controle de qualidade no laboratório de análises clínicas; 2010.




Acadêmica: Frantiesca Vargas







segunda-feira, 25 de julho de 2011

Bactéria “gigante”: algumas espécies são visíveis a olho nu


Se você achava que bactéria era sinônimo de “ameaça invisível”, lamento informar que você não está de todo certo.

De fato, a maioria das bactérias é minúscula, muito pequena para ser vista a olho nu. Há boas razões para isso: enquanto as células complexas das plantas e animais têm sistemas de transporte internos para mover moléculas ao redor, as bactérias se baseiam principalmente na difusão para mover coisas ao redor de suas células. Uma vez que a difusão só funciona bem em distâncias de até alguns milionésimos de metro, as bactérias não podem crescer muito.

No entanto, algumas espécies conseguiram realizar a façanha. Na verdade, pelo menos três são tão grandes que podem ser vistas sem ajuda de um microscópio.

A primeira gigante foi descoberta em 1985, mas devido ao seu tamanho, não foi reconhecida como uma bactéria até oito anos mais tarde. A Epulopiscium fishelsoni (na foto) tem a forma de bastonete, vive no intestino de peixes-cirurgiões no Mar Vermelho, e chega até 0,7 milímetros de comprimento (o que é centenas de vezes maior do que, por exemplo, a bactéria E. coli que mora no nosso intestino e tem cerca de 0,002 milímetros de comprimento).

A E. fishelsoni alcança esse tamanho “máximo” por ter dezenas a centenas de milhares de cópias de seu DNA.

Isso significa que ela pode produzir proteínas em muitos lugares diferentes em sua célula, de forma que elas só precisam se difundir a uma curta distância para chegar até onde são necessárias. Cálculos recentes mostram a proporção de DNA por volume na E. fishelsoni é o mesmo para uma bactéria de tamanho normal.

A E. fishelsoni manteve o título de maior bactéria até 1997, quando Thiomargarita namibiensis apareceu para concorrer na categoria.

A T. namibiensis, que significa “pérola de enxofre da Namíbia”, por causa dos grânulos de enxofre brilhantes que moram dentro dela, chega a até 0,75 milímetros de diâmetro.

A bactéria conta com o mesmo truque de E. fishelsoni: milhares de cópias de seu DNA. Embora tenha um volume até 100 vezes maior do que a E. fishelsoni, a maior parte deste espaço é usado para armazenamento: 98% da célula é ocupada por uma membrana enorme, ou vacúolo.

Este vacúolo contém até três meses de fornecimento de nitrato, que a bactéria usa para oxidar o sulfeto de hidrogênio do qual se alimenta. O armazenamento é necessário porque o fornecimento de nitrato no fundo do mar é irregular, dependendo de animais mortos que afundam.

Uma bactéria quase idêntica a T. namibiensis, com 0,5 milímetros de diâmetro, também visível a olho nu, foi descoberta no México em 2002. Isso prova que provavelmente há mais bactérias gigantescas por aí, esperando para serem encontradas



BIBLIOGRAFIA:

www.hypescience.com





Acadêmica: Karen Quevedo

quinta-feira, 19 de maio de 2011

LISTERIA





As listérias são bastonetes Gram-positivos, não esporulados, anaeróbios facultativos, e é um patógeno intracelular, que não coram pela coloração do ácido rápido e apresentam flagelos; elas foram classificadas como “Listerella”, e depois modificado para Listeria em 1940.
As listérias se assemelham ao gênero Brochothrix. Ambos os gêneros são catalase-positivos e tendem a estar associados ao outro na natureza, assim como o Lactobacillus. Todos os três gêneros produzem ácido láctico a partir da glicose e de outros açúcares fermentados, mas os lactobacilos são catalase-negativos. Em certo momento as listérias foram colocadas na família Corinebacteriaceae, mas atualmente estão relacionadas à Bacillus, Lactobacillus e Streptococcus. A partir da seqüência de RNA ribossomal 16S, a Listeria está classificada próximo a Brochothrix, e estes dois gêneros, juntamente com Staphylococcus e Kurthia, ocupam uma posição entre o grupo dos Bacillus e dos Lactobacillus/Streptococcus dentro da ramificação Clostridium-Lactobacillus-Bacillus, onde a porcentagem de G+C de todos esses membros é inferior a 50%. Transferências genéticas ocorrem entre Listeria, Bacillus e Streptococcus, e reações imunológicas correm entre Listeria, Stphylococcus e Lactobacillus.
Listeria spp. contêm ácidos teicóico e lipoteicóico, assim como bacilos, estafilococos, estreptococos e lactobacilos, mas diferentemente destes grupos, suas colônias brilham quando visualizadas por luz transmitida obliquamente.
As listérias estão amplamente distribuídas na natureza e podem ser encontradas em vegetação deteriorada, solos, fezes de animais, silagem, esgotos e água. Em geral, podem ocorrer em locais onde bactérias corineformes estão presentes. Sua associação com certos produtos lácteos e silagem é bem conhecida, assim como a associação desses produtos de ácidos lácticos.
Oito espécies estão relacionadas ao gênero Listeria - L. monocytogenes, L. ivanovii, L. innocua, L. welshimeri, L. seeligeri, L. denitrificans, L.murrayi e L.grayi-, o mesmo tem sofrido constantes alterações taxonômicas. A espécie L. denitrificans foi reclassificada como Jonesia denitrificans e, recentemente as espécies L. grayi e L. murrayi foram agrupadas em uma única espécie, Listeria grayi. A espécie ivanovii, por sua vez, foi subdividida em duas subespécies: L. ivanovii subsp. ivanovii e L. ivanovii subsp. landoniensis. Mas a principal espécie patogênica e de importância para a microbiologia de alimentos é a Listeria monocytogenes.
A Listeria monocytogenes foi descrita pela primeira vez em 1911, desde então ela tem sido apresentada como um patógeno de mais de 50 mamíferos, incluindo humanos, e de aves silvestres, peixes e crustáceos. O primeiro caso de listerose humana, patologia provocada pela presença de Listeria, foi relatado em 1929, mas foi na década de 80 que se tornou um dos mais importantes patógenos veiculados por alimentos, isso devido à eclosão de diversos surtos de listerose humana.
A Listeria monocytogenes é um bacilo Gram-positivo, não formador de esporo, anaeróbio facultativo. E leva o nome de monocytogenes por apresentar atividade produtora de monócitos. Onde as células jovens, quando observadas no microscópio, apresentam-se na forma lisa, assemelhando-se a pequenos difteróides, medindo de 1,0 a 2,0μ por 0,5μ. Após três a cinco dias de incubação, no entanto, apresentam-se como bacilos longos, medindo de 6 a 20μ. O número de células presentes nos alimentos para que ocorra seu crescimento irá depender do tipo de alimento, e as taxas de prevalência podem variar de 105 a 108. Ela é móvel devido a flagelos peritríquios, apresentando movimentação característica chamada de tombamento, que auxilia na sua identificação. Apresenta catalase positiva e oxidase negativa.


Sabe-se que a L. monocytogenes pode ser encontrada em alimentos frescos de origem animal ou vegetal. Em geral, o microrganismo tem sido encontrado em leite cru, queijo mole, carnes frescas e congeladas, frango, frutos do mar, frutas e produtos vegetais. A prevalência em leite e laticínios tem recebido maior atenção devido aos primeiros surtos, que ocorreu na Escócia durante mais de um ano, onde 260 fazendas que continham tanques de leite cru. Onde foram analisadas diversas amostras onde 25 das 160 amostras foram positivas. Dos 5.779 alimentos analisados na Holanda, em 1988, 3,0% foram positivos. Nos EUA, em um período de 39 meses, 7,1% das 1.727 amostras de carne de gado foram positivas para L. monocytogenes.
Em estudos epidemiológicos, são importantes os esquemas de sorotipagem e fagotipagem. O esquema atual de sorotipagem de Listeria baseia-se na identificação de 15 antígenos somáticos (O) e cinco flagelares (H), sendo 16 sorovariedades reconhecidas para as cinco espécies do grupo um: L. monocytogenes, L. innocua, L. seeligeri, L. ivanovii subsp. ivanovii e L. ivanovii subsp. Landoniensis e L. welshimeri. O grupo dois é composto pela espécies Listeria grayi contém antígenos O e H específicos. Atualmente, existem 27 fagos para tipificação de L. monocytogenes.
Além da sorotipificação, muitos outros métodos têm sido aplicados para a caracterização de espécies e subespécies de L. monocytogenes. Entre os vários métodos, estão a tipificação por bacteriófagos, a tipificação por eletroforese com enzimas multilocus, análise por enzima de restrição, a eletroforese em gel de campo pulsado, fragmentos de restrição de tamanhos polimórficos de DNA e a tipificação ribossomal.

1.1 Crescimento

As necessidades nutricionais das listérias são típicas das bactérias Gram-positivas. Elas crescem bem em meios comuns como BHI, caldo triptona e caldo tripticase-soja. Embora muitas das necessidades nutricionais tenham sido descritas para L. monocytogenes, acredita-se que as demais espécies tenham necessidades similares. Pelo menos quatro vitaminas do complexo B são necessárias- biotina, riboflavina, tiamina e ácido tioctico-, bem como os aminoácidos cisteínas, glutamina, isoleucina e valina. A glicose aumenta o crescimento de todas as espécies, e vários outros carboidratos simples ou complexos são usados. A Listeria ssp. assemelha-se aos enterococos por ser capaz de hidrolisar esculina e crescer na presença de 10 a 40% de bile, 10% de NaCl, 0,025% de acetato de tálio e 0,04% de telurito de potássio, mas, diferentemente dos enterococos, ela não cresce na presença de 0,02% de azida de sódio. Ao contrário da maioria das bactérias Gram-positivas, as listérias crescem em ágar MacConkey. Embora o ferro seja importante para o crescimento in vivo, a L. monocytogenes aparentemente não possui composto ferro-específico, obtendo o que necessita por meio da mobilização de ferro livre reduzido, o qual se liga a receptores de superfície.

1.1.1. Efeito do pH

O pH ótimo para crescimento para o crescimento desta bactéria está entre 6 e 8, ela pode crescer em uma faixa maior, entre 5 e 9. Em meios de cultura, já se verificou seu crescimento em pH 9,5. Ambientes com pH inferior a 4,5 e superior a 9,5 são considerados hostis a L. monocytogenes. Mas existem relatos de crescimento em meio de cultura com pH de 4,4.
Em geral, o pH mínimo de crescimento de uma bactéria varia em função da temperatura de incubação, composição dos nutrientes, atividade da água e presença e quantidade de NaCl e outros sais inibidores.

1.1.2. Efeito de temperatura

L. monocytogenes apresenta crescimento na faixa de 2,5°C a 44°C, embora existam relatos sobre o crescimento a 0°C. Este microrganismo suporta repetidos congelamento e descongelamentos. O tempo de geração a 35ºC varia conforme o meio em que se encontra. Em meio de cultura de ágar tripticase-soja o crescimento de 78 linhagens de L. monocytogenes ocorre dentro de uma faixa de 0,5ºC a3,0ºC.

1.1.3 NaCl

Com relação à concentração de NaCl, contatou-se a sua sobrevivência em 10,5% incubada a 37ºC por 15 dias e 10 dias, respectivamente. Em concentrações de 20%-30% de NaCl, o tempo de sobrevivência foi reduzido para cinco dias. Mas, se a temperatura é reduzida para 4ºC, a bactéria pode sobreviver por mais de 100 dias em concentrações entre 10,5% e 30,5% de NaCl. Existe uma interação do Ph com o NaCl e a temperatura.
Em estudos foram observados crescimentos em pH de 4,66 o tempo para crescimento visível foi de cinco dias a 30ºC,sem adição de NaCl; oito dias, a 30ºC, com 4% de NaCl; e 13 dias, a 30ºC, com 6% de NaCl. Crescimento a 5º ocorreu somente após nove dias em pH 7,0 sem adição de NaCl; com adição de 4% de NaCl, em 15 dias foi observado crescimento; e com 6% de NaCl, foram necessários 28 dias. Os efeitos do pH e do NaCl foram determinados por serem puramente aditivos e, em nenhum momento, sinergéticos.

1.1.4. Efeito de Atividade da água

A atividade de água ótima para que ocorra crescimento é próxima a 0,97. Mas esta bactéria consegue se multiplicar em atividade de água considerada baixa para a multiplicação de patógenos, 0,92. Existem relatos de sobrevivência de L. monocytogenes a 4ºC por pelo menos 132 dias em caldo de tripticase de soja contendo NaCl na concentração de 25,5%, com atividade de água de 0,83 aproximadamente.

1.2. Características da doença.

É no intestino humano o ponto de entrada da L. monocytogenes no organismo, através das células epiteliais do ápice das microvilosidades. Onde se difundem, não só pelo interior desta célula como também de uma célula para outra. Na fase seguinte, são ingeridas por macrófagos, mas isso não significa uma resposta inflamatória significante. Uma vez as células de L. monocytogenes dentro dos macrófagos ficam protegidas dos leucócitos polimorfonucleares.
Estudos demonstraram que cepas virulentas são capazes de multiplicar-se em macrófagos, que são rompidos e produzem septicemia. Com isso o microrganismo pode atingir outras áreas do organismo, podendo envolver o sistema nervoso central, coração e outros locais. Em mulheres grávidas pode haver invasão do feto, aborto dependendo do estagio de gravidez, parto prematuro, nascimento de natimorto ou haver septicemia neonatal. Em recém-nascido quando infectado no momento do parto e os sintomas típicos de listerose são de uma meningite. A sintomatologia tem início de uma a quatro semanas após o nascimento, mas existem relatos de período de quatro dias.
Na fase entérica, a sintomatologia é semelhante de uma gripe, acompanhada de diarréia e febre moderada. Mas alguns casos estes sintomas são inaparentes. Pode ocorrer também estado de duração indefinida.
A ocorrência de bacteremia por L. monocytogenes em adultos não é rara. Febre é o sintoma mais comum, mas alguns pacientes queixam-se de fadiga, mal-estar, podendo haver presença de náusea, vômitos dores e diarréia. A mortalidade entre imunodeprimidos, debilitados e recém-nascidos é de 30%.
O comprometimento do SNC a manifestção dá-se através do aparecimento de meningite, encefalite e de abcessos. A meningite é a manifestação mais comum, ocorre principalmente em recém-nascidos e idosos. Seu desenvolvimento clínico é fulminante, com índice de mortalidade de, aproximadamente, 70%. Outras formas localizadas de listerose são a endocardite e osteomielite, mas são formas rara. O perído de incubação da listerose varia de um dia a algumas semanas, sendo dose infecciosa de L. monocytogenes desconhecida.

1.3. Mecanismo de Patogenecidade

A L. monocytogenes entra no organismo do hospedeiro por via oral, atinge o trato intestinal aderindo e invadindo a mucosa. Em seguida, a célula bacteriana é fagocitada por macrófagos. Após a lise da membrana fagocítica, é liberada no citoplasma da célula do hospedeiro, onde se multiplica rapidamente. Ocorre também a polimerização de filamentos de actina da célula do hospedeiro, formando longas caudas em uma das extremidades da célula bacteriana. Esses filamentos causam o deslocamento da bactéria no citoplasma, permitindo a invasão das células adjacentes, dando início a um novo ciclo de infecção.
Os fatores de virulência tentam explicar o mecanismo de patogenicidade de L. monocytogenes. Temos:
-Listeriolisina O (LLO)- é uma hemolisina produzida pela L. monocytogenes, faz parte da família da citolisinas formadas pela ativação de grupamentos sulfidrilas. Tem a função de mediar à lise dos vacúolos que contêm a células bacterianas, uma vez que as células mutantes não produtoras de listeriolisina são geralmente encontrados no interior destes vacúolos sendo, conseqüentemente, incapazes de se multiplicar intracelularmente.
-Fosfolipases: a L. monocytogenes produz outras duas hemolisinas a fosfatidilinositol-fosfolipase C (PI-PLC) e a fosfatidilcolina fosfolipase C (PC-PLC), que hidrolisam os lipídeos da membrana, causando ruptura da célula.
-p60: todas as cepas de L. monocytogenes sintetizam esta proteína, parece estar associada com a capacidade invasiva da bactéria, uma vez que está envolvida com a fagocitose de L. monocytogenes e mutantes rugosos apresentam uma diminuição na capacidade invasora.
-Interleucina: é uma proteína da membrana, provavelmente envolvida no mecanismo de invasão da célula do hospedeiro.

1.4. Epidemiologia

A L. monocytogenes pode ser encontrada disseminada na natureza. No homem é difícil realizar seu isolamento devido à colonização no trato intestinal. Mas já foi isolada uma grande variedade de animais gado bovino, galinhas, cachorros, lebres, peixes, larvas de insetos, dentre outros.
O primeiro suro de listerose ocorreu na década de 80 no Canadá, onde foram encontrados repolhos tipo coleslaw contaminados por L. monocytogenes. Nos EUA em 1983, ocorreu um surto que envolveu 49 indivíduos, com mortalidade de 29%, o alimento responsável foi o leite pasteurizado. Na Suíça, entre 1983 e 1987 ocorre um surto causado por queijo tipo mole, com 122 casos e 31 mortes.
A L. monocytogenes tem sido isolada em alimentos como leite cru e pasteurizado, queijos, carnes bovinas, suínas, de aves, peixes embutidos, carne moída de diferentes animais, produtos cárneos crus e termoprocessados, além de produtos de origem vegetal, de origem marinha e refeições preparadas. Isolamentos realizados em diversos países incluindo o Brasil.
Em relação à sua presença em leite pasteurizado, estudos estão sendo realizados para esclarecer a termotolerância desta bactéria. Existem duas teorias para elucidar esta questão. A primeira delas relaciona-se ao fenômeno da resposta do choque térmico: quando as células de L. monocytogenes são expostas a temperaturas sub-leteias, entre 44-48ºC, antes de serem submetidas à temperatura final de tratamento, elas apresentam um aumento de resistência térmica. A segunda teoria diz respeito à metodologia empregada para recuperação de microrganismos estressados por processamento térmico. O uso de técnicas anaeróbias para a recuperação destas células leva à recuperação de um número maior de células do que quando recuperadas na presença de oxigênio.

1.5. Medidas de controle

Para evitar a contaminação dos alimentos por L. monocytogenes, é necessárias medidas de controle no local de processamento do alimento. Sabendo que esta bactéria está amplamente distribuída e pode se desenvolver em ampla faixa de temperatura e de pH, além de ser uma das células vegetativas de maior resistência térmica, deve-se prevenir sua entrada na indústria de alimentos. Para tanto, deve-se fazer controle do microrganismo nos pontos de origem da matéria-prima através de medidas que minimizem as chances de contaminação.
Medidas que podem ser tomadas no local de produção:






  • Limpeza e sanificação dos equipamentos;



  • Construção de indústrias de maneira a impedir a entrada de animais, poeiras e insetos;
    Evitar contato com o produto final com a matéria-prima, evitando, assim a contaminação cruzada;



  • Apresentação pela indústria de um setor de controle de qualidade que se aplique não somente aos parâmetros de processamento, mas também ao controle do ambiente, inclusive do pessoal.














BIBLIOGRAFIA






  • FRANCO, Bernadette D. G. de Melo; Microbiologia dos Alimentos. Págs:46, 47 e 48. Atheneu. São Paulo, 2008.



  • JAY, James M.; Microbiologia de Alimentos. 6ª Edição. Págs 517 a 537. Artmed. Porto Alegre, 2005




Acadêmica: Karen Quevedo

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