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terça-feira, 29 de março de 2011

MICOSES SUPERFICIAIS


Pitiríase versicolor

A pitiríase versicolor é uma infecção superficial leve e crônica do externo córneo, causada por Malassezia globosa, M. restricta e outros membros do complexo M. furfur. Tanto a invasão da pele do extrato córneo quanto às respostas do hospedeiro são mínimas. Ocorrem máculas isoladas, serpiginosas, hiper ou hipopigmentadas na pele, geralmente no tórax, nas costas, nos braços ou no abdome. As lesões são crônicas e aparecem na forma de placas maculares de pele pigmentada que podem aumentar e coalescer, embora a descamação, a inflamação e a irritação sejam mínimas. Com efeito, essa condição comum representa, em grande parte, um problema estético. As espécies de M. furfur são leveduras lipofílicas, e a maior parte exige a presença de lipídios no meio para seu crescimento. O diagnóstico pode ser confirmado pelo exame microscópico direto de raspados de pele infectada, tratados com KOH a 10 a 20% ou corados com calcofluorado branco. Observa-se a presença de hifas curtas não-ramificadas e células esféricas. As lesões também fluorescem sob a lâmpada de Wood. A pitiríase versicolor é tratada com aplicações diárias de sulfeto de selênio. Os azóis tópicos ou orais também são eficazes.



(A,B,C) São estruturas da M. furfur.


Tinha negra ou Tinea nigra


A tinha negra é uma infecção superficial crônica e assintomática do extrato córneo, causada pelo fungo dematiáceo Hortaea (Exophiala) werneckii, mais prevalente em regiões costeiras quentes entre mulheres jovens. As lesões aparecem com pigmentação escura (castanho-negra), frequentemente nas palmas das mãos. O exame microscópico de raspados da pele da pefireria da lesão revela a presença de hifas septadas ramificadas e de células leveduriformes em brotamento, com paredes melanizadas. A tinha negra responde ao tratamento com soluções ceratolíticas, ácido salicílico ou antifúngicos azóis.


(A) Escurecimento da pele provocada Hortaea werneckii;(B) Estrutura da Hostaee werneeckii.



Piedra


A piedra negra é uma infecção nodular dos fios de cabelo causada por Piedraia hortai. A piedra branca, decorrente da infecção por espécies de Trichosporon, manifesta-se na forma de nódulos amarelos maiores e de consistência mais mole nos pêlos. Os pêlos axilares e púbicos, a barba e os cabelos podem ser infetados. O tratamento para ambos os tipos consiste na remoção dos pêlos e na aplicação de um agente antifúngico tópico. A piedra é endêmica em países tropicais subdesenvolvidos.



Piedra Branca: (A,B) Estruturas do Trichosporon;(C) Nódulo encontrados nos fios de cabelo.






Piedra negra: (A) Nódulo encontrado no cabelo, podemos observar como é mais escuro que o da piedra branca;(B): Estrutura da Piedraia hortai.






BIBLIOGRAFIA
BROOKS, Geo F. [et.al]; Microbiologia médica. 24ª Edição. Pág 626. Editora Mc Graw Hill. Rio de Janeiro,2009.





Acadêmica: Karen Quevedo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Antifúngicos


Os antifúngicos são fármacos responsáveis pela inibição, proliferação ou destruição dos fungos.
Nas últimas décadas, ocorreu um aumento preocupante na incidência de infecções fúngicas desencadeadas devido a fatores como:

  • Uso de antibióticos de largo espectro;
  • Uso de corticosteróides;
  • Quimioterapia antineoplástica;
  • Uso de cateteres e implantes de permanência;
  • Emprego de drogas imunossupressoras para transplantes de órgãos;
  • Pandemia da AIDS (SIDA);
  • Irradiação.


Os antifúngicos podem ser tópicos e sistêmicos, usados em pacientes imunodeprimidos (profilática), e terapeuticamente. Os agentes tópicos são a primeira opção para infecções localizadas. Em infecções generalizadas e mais graves usam-se agentes sistêmicos.


1.1 Antifúngicos Sistêmicos

1.1.1 Anfotericina B

A anfotericina é antibiótico antifúngico produzido pelo Streptomyces nodosus. É utilizada contra agentes causadores de micoses profundas. Seu eficaz contra fungos patogênicos e oportunistas, porém ineficiente em relação à dermatofitoses superficiais. Indicado principalmente para o controle de infecções fúngicas sistêmicas graves. Suas principais desvantagens são: dificuldades de administração, reações transfusionais e nefrotoxicidade. Porém é muito convencional, continua sendo um fármaco de primeira escolha devido a sua eficácia e baixo custo.
Mecanismo de ação: o efeito fungicida da anfotericina se baseia na diferença da composição lipídica das membranas celulares dos fungos e das células dos mamíferos. Na membrana celular dos fungos encontra-se o ergosterol, onde a anfotericina B se liga e altera a permeabilidade da célula, formando poros associados à anfotericina. Ela se liga fortemente com o ergosterol, através do seu lado rico em duplas ligações, e se associa com moléculas de água através do lado rico em grupos hidroxílicos.. Essa propriedade anfipática facilita a formação de poros por múltiplos moléculas anfóteras da anfotericina B, com as porções lipofílicas em torno do lado exterior dos poros e as regiões hidrofílicas recobrindo o lado interior desses. O poro falcilita o extravasamento de íons e macromoléculas intracelulares. O fármaco se liga aos esteróis das membranas das células dos pacientes humanos, o que provavelmente explica a grande toxidade da droga.
O corre resistência à anfotericina B se a ligação ao ergosterol é prejudicada, seja por decréscimo da concentração membranosa do ergosterol, seja por modificação da molécula-alvo de esterol, o que reduz sua afinidade pela droga.


1.1.2 Fluconazol

O fluconazol é muito hidrossolúvel e penetra na líquor. As interações medicamentosas são mais raras. Disponível em formulações oral e intravenosa
Eficiente para prevenção de infecções fúngicas invasivas e mortalidade total em pacientes não-neutropênicos e criticamente doentes, embora dose ótima e duração de uso não estejam determinadas.
Mecanismo de ação: a atividade antifúngica se deve à redução da síntese do ergosterol, através da inibição das enzimas fúngicas do citocromo P450.
Utilizado no tratamento da candidíase mucocutânea, e na profilaxia secundária de meningite criptocócica.


1.1.3 Itraconazol


É eficaz em todas as formas de esporotricose, sendo primeira escolha em doença linfocutânea e extracutânea. Outras indicações incluem cromomicose, coccidioidomicose não-meníngea, feo-hifomicose e pseudoalescheríase. É eficaz em tratamento e prevenção de recorrência de histoplasmose em pacientes imunocomprometidos, sendo o método prático e menos tóxico do que anfotericina B. Apresenta maior espectro de ação que cetoconazol e fluconazol, podendo ser ativo contra cepas de Candida resistentes, Aspergillus e Sporothrix. Geralmente é bem tolerado, sendo referidos efeitos adversos em 5% a 8%, principalmente náuseas, tonturas, cefaléia e dor abdominal.
Mecanismo de ação: a atividade antifúngica se deve à redução da síntese do ergosterol, através da inibição das enzimas fúngicas do citocromo P450.


1.1.4 Flucitosina

A flucitosina é um análogo hidrossolúvel da pirimidina, relacionado com o fármaco quimioterápico fluorouracil. O espectro antifúngico da flucitosina á muito mais estreito do que o da anfotericina B.
Mecanismo de ação: a flucitosina é fungicida diferente dos outros e tem como alvo o DNA dos fungos.
A flucitosina é captada células fúngicas através da enzima citosina permease. O fármaco é transformado intracelularmente em fluorouracil e, depois, em monofosfato de 5-fluoruridina que, respectivamente, inibem a síntese do DNA e do RNA dos fungos.


1.2 Antifúngicos tópicos


1.2.1 Cetoconazol.


O cetoconazol foi o primeiro derivado azólico oral usado em clínica, tem um grande espectro de ação, tem ação sistêmica após absorção oral, o cetoconazol se distingue dos triazóis pela sua maior influência em inibir as enzimas do citocromo P450 dos mamíferos, isto é, ele é menos seletivo para o P450 fúngico do que os mais novos derivados azólicos. Por tal motivo, a administração sistêmica do cetoconazol não é usada sistemicamente por existir outros fármacos que garantem o mesmo efeito sendo menos tóxicos, tendo agora indicação dermatológica.


1.2.2 Miconazol


É usado topicamente. Não tem emprego sistêmico devido à toxicidade. É ativo contra todos os fungos patogênicos e oportunistas, exceto Aspergillus e Phycomycetes. Raramente existe resistência a ele. Utilizado no tratamento da maioria das dermatofitoses e é útil nas candidíases cutâneas e vaginal. Apresenta varias formas farmacêuticas que propiciam tratamento em micoses de diferentes localizações.
Mecanismo de ação: interfere na biossíntese do ergosterol, provocando desorganização da membrana plasmática dos fungos.



1.2.3 Nistanina


Mesmo dada oralmente, não possui absorção sistêmica, atuando localmente no trato digestivo. Tem mais indicação em tratamento de candidíase esofágica. É contra indicado o uso da nistanina profilática em pacientes imunodeprimidos. Nistatina é restrita a tratamento de infecções cutâneas e mucosas superficiais por Candida. Outros fungos causadores de micoses superficiais não respondem à nistatina, pois esta não penetra suficientemente na pele para atingir o foco de infecção.
























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIVROS:

  • Formulário Terapêutico Nacional, páginas 248 a 261. Brasília - Distrito Federal, 2008;
  • PENILDON, Silva; Farmacologia, sétima edição, páginas 1071 a 1073, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

Acadêmica:

Karen Quevedo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

OS FUNGOS

   Os fungos são seres aclorofilados e sem capacidade de produzir energia através da luz solar e do CO2. São heterótrofos quimiotróficos, sendo que, para sua sobrevivência, dependem de matéria orgânica pré formada. Possuem células eucarióticas, que podem ser haplóides, diplóides ou até mesmo poliplóides. Sua parede é rígida e quitinosa, composta por polímeros de açúcar, sem nenhum tipo de reserva de amido, mas podendo ter reservas de glicogênio.
   Alimentam-se por absorção e reproduzem-se de forma sexuada, assexuada e parassexuada. Os fungos que conhecidamente apresentam a fase sexuada e assexuada são chamados de perfeitos, já os que não têm fase sexuada conhecida são denominados imperfeitos.


MORFOLOGIA


   As colônias fúngicas podem ser leveduriformes ou filamentosas. As colônias leveduriformes são compostas por fungos unicelulares com capacidade de reprodutiva e vegetativa autônoma, apresentam um aspecto pastoso ou cremoso. As colônias filamentosas são compostas basicamente por hifas, formando um aspecto de algodão, aveludado ou pulverulento.
   Esse conjunto de hifas forma o micélio, que pode ser classificado como vegetativo (abaixo do substrato, tendo como função de absorção de nutrientes e sustentação), aéreo (acima do substrato) e, quando este se diferencia e passa a ter corpos de frutificação, micélio reprodutivo.


REPRODUÇÃO ASSEXUADA EM FUNGOS


   A principal forma de reprodução assexuada são os conídios, que são gerados a partir da célula conidiogênica. Elas, em geral, se localizam nas extremidades das fiálides, e essas, juntamente com o conidióforo, formam o corpo de frutificação. Essa estrutura é bastante importante na micologia médica, pois observando sua morfologia podemos identificar fungos patogênicos.
   Alguns fungos possuem o aparelho de frutificação piriforme, sendo uma forma de proteção aos conídios. Essas estruturas são chamadas de picnídios e aos seus conídios chamamos de pcniodioconídios.
   Outra forma de reprodução são as partes do micélio vegetativo que podem se desprender. Vendo que as células fúngicas são autônomas, podem se propagar. E esses pedaços de hifas, nós nomeamos de taloconídios. Eles podem se diferenciar em blastoconídios, artroconídios e clamidoconídios.
   Os blastoconídios são gêmulas ou brotos gerados a partir de uma célula primaria. Eles podem formar pseudo-hifas caso essas gêmulas não se desprendam. Artroconídios são formados através da fragmentação de hifas e formato retangular. Os clamidoconídios podem ser vistos como uma estrutura de resistência, já que possui paredes duplas e espessas. Entre elas situa-se o citoplasma, e dentro da estrutura são armazenados os conídios. Esses conídios serão liberados apenas quando as condições ambientais forem apropriadas.
   De uma forma mais resumida, podemos dizer que os fungos se reproduzem de maneira assexuada por três diferentes maneiras: divisão de células somáticas, fragmentação de artroconídios, gemulação e produção de conídios.


ILUSTRAÇÕES


1.Estrutura de um Picnídio
2. Estrutura de um Blastoconídio
3. Estrutura de um Clamidoconídio
4.Estruura de um Artroconídio



REPRODUÇÃO SEXUADA EM FUNGOS


   A reprodução sexuada nos fungos envolve a união de dois núcleos compatíveis. Segundo Alexpoulos (1962), o processo de reprodução sexual consiste de três fases diferentes. A primeira, denominada plasmogamia, é verificada pela união de dois protoplastos, ficando os núcleos de ambas as células juntos em uma só célula. Na segunda fase, há fusão de dois núcleos, a cariogamia, a qual ocorre logo após a plasmogamia nos fungos inferiores. Nos fungos superiores, a cariogamia é realizada apenas em determinado momento no seu ciclo de vida. Assim, a célula resultante após plasmogamia é binucleada, sendo conhecida como dicário ou dicariótica. Uma célula diplóide, com núcleo contendo 2n cromossomos (zigoto), resulta da fusão nuclear. Imediatamente ou mais tarde, ocorre meiose, que reduz o número de cromossomos a haplóide, constituindo, desse modo, a terceira fase do processo sexuado.
   Os órgãos sexuados são denominados gametângios, os quais podem formar gametas (células sexuais diferenciadas) ou simplesmente conter um ou mais núcleos, que irão funcionar como núcleos gaméticos. Os gametângios podem ser hetero ou isogametângios. Os heterogametângios e gametas são aqueles que se diferenciam morfologicamente entre si, enquanto os isogametângios são morfologicamente idênticos uns aos outros.
   Nos métodos mais comuns de reprodução sexuada estão incluídos: fusão parcial de dois planogametas, contato dos gametângios, fusão total dos gametângios espermatização e somatogamia. Em alguns fungos, fase sexual típica não se verifica, constatando-se apenas um mecanismo parassexual, descoberto por Pontecorvo em 1956.
   Alguns fungos possuem talos autoférteis, isto é, gametas positivos e negativos no mesmo talo (monóicos), denominados hemotálicos. Nossos fungos heterotálicos (dióicos), os zigosporos resultam da união de hifas diferentes.
   O problema de compatibilidade entre os fungos tem sido atribuído a fatores genéticos, diferenças fisiológicas e químicas, na composição entre gametas compatíveis, além de um sistema hormonal regulador.
   A reprodução sexuada se caracterizada pela fusão de núcleos compatíveis de células sexuais (gametas masculino e feminino) e órgãos sexuais. Os gametas masculinos são denominados anterozóides, e os órgãos que produzem são os anterídios, sendo o órgão feminino chamado de oogônio, e os gametas de oosferas.
   Os esporos sexuados internos são chamados ascosporos e se formam no interior de estruturas em forma de saco, chamadas ascos. Os ascos podendo ser simples, como em leveduras dos gêneros Saccharomyces e Hansenula, ou se distribuir em lóculos ou cavidades do micélio, dentro de um estroma, o ascostroma ou ainda estarem contidos em corpos de frutificação, os ascocarpos. Existem três tipos de corpos frutíferos sexuados (ascocarpos) bem conhecidos: cleistotécio, peritécio e apotécio.
   O cleistotécio é um ascocarpo de estrutura globosa, fechada, de parede formada por hifas muito unidas, com um número indeterminado de ascos, contendo cada um oito ascosporos.
  O peritécio é um ascocarpo de estrutura piriforme dentro da qual os ascos nascem de uma camada hemenical e se dispõem em paliçada.
  O apotécio é um ascocarpo aberto em forma de disco ou taça, séssil ou pedunculado, cujos ascos se desenvolvem sobre um himênio exposto.



ILUSTRAÇÃO


Estruturas de Ascorporos: Apotécio, Clastotécio, Peritécio





BIBLIOGRAFIA



LACAZ, C.S., ET AL. Tratado de Micologia Médica, 9ª Edição. São Paulo: Editora Sarvier, 2002.
MINAMI, P.S.; Micologia - métodos laboratoriais de diagnostico das micoses, 1ª Edição. São Paulo: Editora Manole, 2003


Acadêmicas:
Karen A.Quevedo
Frantiesca Vargas



Fungos


Alternaria sp


Aspergillus sp


Histoplasma capsulatum




Pinicillinum sp




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