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segunda-feira, 11 de abril de 2011

COMO PROVAR SER UM VÍRUS A CAUSA DE CÂNCER HUMANO


É evidente que os vírus estão envolvidos na gênese de vários tipos de tumor humano. Em geral, é muito difícil comprovar uma relação casual entre vírus e determinado tipo de câncer. Se um vírus for único agente etiológico de um câncer específico, a distribuição geográfica da infecção viral deverá coincidir com a do tumor; a presença de marcadores virais deve ser maior nos casos do que nos controles; e a infecção viral deve proceder ao desenvolvimento do tumor. Este critério pode ser difícil de estabelecer se outros fatores ambientais ou genéticos causam alguns casos do mesmo tipo de câncer. Somente nos casos em que a expressão contínua de uma função viral for necessária à manutenção da transformação é que os genes virais persistirão em todas as células tumorais. Se o vírus constituir uma etapa inicial na carcinogênese em múltiplas etapas, poderá haver a perda do genoma viral à medida que o tumor, mas pode representar simplesmente um passageiro devido à sua afinidade pelo tipo celular. Em geral, vírus tumorais não se replicam nas células transformadas, de modo que é necessário utilizar métodos muito sensíveis, como a pesquisa de ácidos nucléicos ou proteínas virais, para detectar a presença do vírus. A indução de tumores em animais de laboratório e a transformação de células humanas em cultura constituem boas evidências circunstanciais de que um vírus é tumorigênico. Esses sistemas podem fornecer modelos para análises moleculares do processo de transformação, mas não constituem uma prova de que o vírus provoca determinado câncer humano. A prova mais definitiva de uma relação casual consiste na redução da incidência do tumor mediante a prevenção da infecção pelo vírus. Os métodos de intervenção devem ser eficazes para reduzir a ocorrência de câncer, mesmo se o vírus for apenas um dos diversos co-fatores.




BIBLIOGRAFIA

BROOKS, Geo F. [et.al]; Microbiologia médica. 24ª Edição. Pág 602. Editora Mc Graw Hill. Rio de Janeiro,2009.




Acadêmica: Karen Quevedo


quarta-feira, 23 de março de 2011

VIROSES ONCOGÊNICAS




A evidência de que alguns cânceres poderiam ter etiologia isso começou em 1908, quando Ellerman e Bang demonstraram que a leucemia de galinhas podia ser transmitida a outras aves da mesma espécie, por inoculação de filtrados de células tumorais. Em 1911, Rous constatou que o sarcoma de galinhas também era transmitido da mesma forma; em 1936, Bittner mostrou que o carcinoma mamário de camundongos era induzido por um vírus transmitido da mãe para a progênie através do leite. Gross e Friend em seguida, identificaram dois vírus relacionados á leucemia de camundongos.
Aproximadamente 15% dos cânceres humanos têm etiologia viral; no entanto, é importante esclarecer que somente a infecção viral não é suficiente para induzir malignidade em um individuo. A infecção viral é um dos muitos passos envolvidos no processo de desenvolvimento de câncer.




VÍRUS ONCOGÊNICOS



Vírus oncogênicos são vírus que participam do processo de transformação celular. Esses vírus estabelecem uma associação com a célula infectada que, em vez de destruí-la, cria condições para manter seu ciclo replicativo.
Diversos vírus são oncogênicos para animais e humanos. São citados os vírus que participam do processo de oncogênese no homem, por exemplo, o retrovírus, a herpes, o papilomavírus.




1.VÍRUS LINFOTRÓPICOS PARA CÉLULA T DE HUMANOS



Quatro tipos distintos de vírus linfotrópicos para células T de humanos (HTLV) já foram identificados. O HTLV-1, em uma linhagem de células T (HUT 102) estabelecida de um paciente com linfoma cutâneo; o HTLV-2, isolado de outra linhagem de células T derivadas do baço de um paciente com uma forma rara de leucemia apresentando células pilosas; o HTLV-3 e HTLV-4, identificados em pacientes da Republica dos Camarões que tiveram contato com primatas não-humanos.Os HTLVs estão classificados na família Retroviridae.


1.2. Patogênese


1.2.1. HTLV-1


O HTLV-1 infecta, predominantemente, células TCD4+, mas células TCD8+ também podem ser infectadas. A incorporação do HTLV-1 no genoma das células TCD4+ pode resultar em uma infecção silenciosa, em que apesar de sequencias do HTLV-1 estarem presentes na célula hospedeira, o RNAs mensageiros virais não são detectáveis. A grande maioria das infecções é assintomática, e uma pequena porcentagem de indivíduos pode desenvolver leucemia de célula T do adulto (LTA) ou a paraparesia espática tropical/mielopatia associada ao HTLV-1.


1.2.2. HTLV-2


Ao contrário do HTLV-1, o HTLV-2 estimula a proliferação de linfócitos TCD8+ in vivo. Embora o HTLV-2 tenha sido isolado de um paciente com uma forma atípica de leucemia de células T pilosas, seu papel como causador da doença ainda não foi definido.


1.2.3. HTLV-1/Leucemia de célula T do adulto (LTA)


A LTA é uma leucemia de célula T que ocorre em 1 a 5% de pessoas infectadas com o HTLV-1 e é mais freqüente em homens. O tempo médio estimado entre a infecção e o desenvolvimento de leucemia é de aproximadamente 30 anos. Dados epidemiológicos indicam que a leucemia se desenvolve, principalmente, em indivíduos infectados durante o nascimento; a idade em que o indivíduo entra em contato com o vírus pode ser importante para o desenvolvimento da doença.
A leucemia é uma doença agressiva é letal, com uma sobrevida de aproximadamente seis meses, possuindo quatro classificações: assintomática; pré-leucêmica; lenta e crônica e por fim aguda.
A forma lenta apresenta lesões na pele e pode permanecer durante anos, e é caracterizada por poucas células leucêmicas circulantes.
A LTA crônica é acompanhada por um número aumentado de células leucêmicas circulantes e infiltrada na pele, no fígado, no baço e nos pulmões; a sobrevida média é de aproximadamente 24 meses.
A fase aguda que é caracterizada por uma contagem elevada de leucócitos, pode se apresentar como uma leucemia ou como um linfoma; são observados hipercalcemia, lesões de pele, lesões ósseas e envolvimento pulmonar. Apesar da quimioterapia intensa, mais da metade dos pacientes morre em aproximadamente seis meses.


1.2.4. Paraparesia Espástica Tropical/ Mielopatia Associada ao HTLV-1 (PET/MAH)

É uma doença desmielinizante progressiva crônica que causa danos principalmente no cordão torácico-espinhal, e é mais freqüente nas mulheres. Os sintomas iniciais são fraqueza e rigidez dos membros inferiores.
Ainda não se sabe se a maior parte dos danos neurológicos ocorre no primeiro ano e infecção; indivíduos que após três anos do aparecimento dos sintomas inicias desenvolvem um quadro de paralisia unilateral, o tempo médio ate o confinamento em cadeira de rodas é de quatro anos.
Na leucemia de célula T pilosa, o DNA proviral HTLV-1 é encontrado predominantemente em células TCD8+, diferentemente do que se observa na leucemia pelo HTLV-1, em que é encontrado 90 a 99% do provirus em células TCD4+CD8-.


1.2.5. Diagnostico Laboratorial

É feito por pesquisa de anticorpos no soro do individuo por ensaio imunoenzimático (ELIZA) ou ensaios de aglutinação de partículas de látex ou de gelatina e confirmado por Westerm blotting, sendo empregado também para diferenciar a infecção causada pelo tipo 1 e 2. Também são usados métodos moleculares como a reação em cadeia da polimerase (PCR) são necessários para determinar a linhagem do vírus.


1.2.6. Prevenção, Controle e Tratamento

A prevenção e o controle têm sido feitos com a utilização de preservativos, agulhas e seringas esterilizadas, triagem sorológica em doadores de sangue e órgãos. O tratamento se torna mais eficaz quando associado à utilização da citocina GM-CSF como um fator de suporte.
Em modelos utilizando animais, inibidores de desacetilação de histonas, que induzem apoptose celular, foram capazes de reduzir o volume dos tumores, oferecendo um novo caminho para o tratamento da LTA.
Pelo fato de essa doença ser de natureza inflamatória, os glicocorticóides estão entre as principais drogas empregadas no seu tratamento, mas, apesar da resposta inicial favorável observada durante o tratamento, esse medicamento não parece alterar a progressão da doença e ainda não existe uma vacina disponível para os seres humanos.




2. VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO



O vírus do papiloma humano (HPV) foi o primeiro vírus tumorgênico a ser transmitidos experimentalmente de um hospedeiro para outro.
Os papilomavírus (PVs) são classificados baseados na homologia da seqüência de leitura aberta (open reading frames- ORFs) L1, que codifica a principal proteína estrutural do vírus. Com base neste critério, os PVs estão classificados em 12 gêneros, onde o papilomavírus humano (HPVs) estão agrupados em cinco gêneros: Alpha-papilomavirus infecta mucosa genital e não-genital e genitália externa, embora uma espécie pertença a esse gênero infecte, principalmente, a pele e regiões não-genitais.
Os gêneros Beta-, Gamma-, Mu- e Nu- papillomavirus também infectam a pele em regiões não-genitais. Os HPVs que infectam o trato genital são classificados de acordo com sua capacidade de induzir alterações pré-malignas ou malignas, em HPVs de baixo risco (6 e 11) e HPVs de alto risco (16, 18, 31, 33, 35, 45).
O DNA viral é uma fita dupla circular é composto por um capsídeo.O HPV é replicado no núcleo celular, porém pouco se conhece das etapas de replicação. O receptor de superfície celular para HPV ainda não foi identificado. A maioria dos papilomavírus parecer entrar na célula através de endocitose depende de clatrinas medidas por receptores. O desnudamento do capsídeo e a exposição do genoma viral ocorrem dentro do endossomo, e a proteína L2 é responsável pela saída e transporte do DNA viral para o núcleo celular. A infecção latente representa a maioria das infecções pelo HPV. O período de incubação pode variar de seis semanas a dois anos.


2.1 Processo de formação de um carcinoma

O HPV penetra na mucosa através de uma microfissura, comum no epitélio feminino, onde entra em contato direto com a membrana externa das células epiteliais, com o contato ele passa interagir com a célula hospedeira, e libera o DNA viral no interior da célula. Em seguida o DNA viral se introduz no interior do núcleo celular, onde se vale do equipamento bioquímico ali existente para se reproduzir o que faz dividindo-se e produzindo novas partículas virais.
Em condições normais o DNA viral é uma dupla hélice circular, em quanto à população viral se reproduzir mantendo o DNA como um anel fechado não existe risco imediato. Porém certos tipos de HPV, por motivos indeterminados podem sofrem alterações no seu DNA, que se rompem dentro do núcleo das novas células e mudam de um formato circular para um formato aberto.
Essa mudança no DNA viral é o primeiro passo para formação do câncer de útero, pois o DNA do vírus se incorpora facilmente no DNA celular, dependendo do trecho do DNA que ocorre a junção as células infectadas começam a produzir E6 e E7 que saem do núcleo e passam a inibir as proteínas p53. Ela realiza a proteção celular, impedindo a sobrevivência das mutações celulares, sua tarefa é garantir que as divisões celulares se mantenham normais e as novas células sejam copias iguais as das células mãe, assim quando ocorre uma mutação a p53 identifica o problema e corrige o defeito ou conduz a célula defeituosa à morte celular se o conserto for impossível. Ao inibirem a proteína p53 as oncoproteínas E6 e E7 abrem a porta para a multiplicação celular desordenada e para a progreção do câncer.


2.2. Resposta imunológica

A resposta imune células parece ser mais importante para a regressão da infecção, enquanto a imunidade humoral ajuda a impedir o espalhamento da infecção no hospedeiro infectado, além de reduzir a probabilidade de uma reinfecção. Pacientes imunodeprimidos apresentam risco de desenvolver uma infecção persistente e câncer cervical.


2.3. Manifestações clínicas

As manifestações clínicas são dividas em infecções causadas pelo vírus que infectam a pele, e vírus que infectam mucosas.


2.3.1. Cutâneas:

Verruga comum: são observadas em mãos e joelhos, as verrugas são múltiplas, bem delimitadas, com superfície rugosa e hiperceratinizadas, Agente etiológicos (AE): HPVs 2 e 4;
Verruga plantar: são lesões únicas, dolorosas, encontradas no calcanhar e na sola dos pés, AE: HPV 1;
Verruga plana: AE: HPVs 3 e 10. As lesões são múltiplas ou únicas, pequenas, planas, encontradas nas mãos, braços e face de criança e adolescentes;
Epidermodisplasia verruciforme: é uma doença rara e hereditária, observadas em pessoas com deficiência da resposta imunológica, apresentam lesões semelhantes a verruga plana e máculas coloração marrom-avermelhada na face e extremidade. AE: HPVs 3 e 10 nas lesões semelhantes à verruga plana, e os tipos 5 e 8 no carcinoma de células escamosas.


2.3.2. Mucosas

Papilomatose respiratotia recorrente: é uma doença que é caracterizada pela presença de lesões epiteliais de aspecto verrucoso, únicas ou múltiplas, podem ser sésseis ou pediculadas, geralmente recorrentes, apresentam grande morbidade. As lesões afetam boca, nariz, faringe, esôfago e toda árvore traqueobrônquica. Na laringe os locais acometidos frequentemente são as pregas vocais, epiglote e as pregas vestibulares. Os tipos de HPVs responsáveis são do tipo 6 e 11na papilomatose laríngea, mas podem ser encontrados 16 e 18 em lesões com potencial de malignidade.
Infecção oral: A infecção pode sem assintomática ou associada a lesões únicas ou múltiplas em qualquer parte da cavidade oral. O papiloma oral é causado pelos tipos 6,11 e 16.
Papiloma Conjuntival: Raro, ocorre em qualquer idade. AE: HPVs 6 e 11.
Verrugas anogenitais: Apresenta manifestações como verrugas ou condilomas na vulva, meato uretral, pênis, períneo, ânus, colo uterino e vagina. O condiloma acuminado compreende múltiplas lesões granulares e verrucosas, da cor da pele, acinzentadas, vermelhas ou hiperpigmentadas. As lesões maiores parecem uma couve-flor e pequenas podem ser filiformes.

2.4. Diagnóstico Laboratorial

Os métodos de diagnóstico laboratorial são realizados através da combinação de testes específicos e inespecíficos. Testes inespecíficos importantes:
Colposcopia: è empregada pela detecção de lesões subclínicas. Nesse exame, são empregadas substâncias que tornam as lesões visíveis.
Citopatologia: Identifica tanto alterações celulares benignas como aquelas de maior gravidade.
Histopatologia: os critérios histopatológicos permitem o diagnostico de infecção por HPV, mas não identificam o tipo viral envolvido.
Microscopia eletrônica: Revela a presença de partículas virais intracelulares.
Imunocitoquímica: O testo é baseado na procura de antígenos em esfregaço celulares empregando anticorpos dirigidos para proteínas comuns aos papilomavírus, conjugados com peroxidase ou substancia florescente. A sensibilidade do teste é limitada, e varia com o tipo de lesão.
Testes para a detecção do ácido nucléico viral: detecta a infecção, são mais sensíveis para determinar o tipo HPV envolvido, dependendo do método empregado.


2.5. Epidemiologia, tratamento e prevenção

Apresenta distribuição mundial, torno de 30 milhões de pessoas estão infectadas com HPV, onde 470.00 apresentam incidência de câncer cervical, e 80% em países desenvolvidos. Isso ocorre devido os pacientes serem periodicamente submetidos a exames de DNA e Papanicolaou e de alto nível de infra-estrutura requerida para implementar os testes de forma efetiva abrangendo o público-alvo.
A prevenção seria a vacina que previne HPV do tipo 6,11, 16 e 18, tendo eficiência em 95%. O controle pode ser realizado com o uso de preservativos. O tratamento consiste na remoção das verrugas pelo emprego de agentes físicos (laser, crioterapia, eletrocauterização) e químicos. Para o tratamento de verrugas cutâneas, existe um fitoterápico à base de extrato alcoólico da planta Thuya occidentalis. Em casos de carcinoma cervical, recomenda-se remoção cirúrgica acompanhada de quimioterapia e/ou radioterapia.




3. VÍRUS EPSTEIN-BARR



Mais conhecido pela denominação inglesa, Barr Vírus (EBV), foi descoberto, em 1964, por um estudo de microscopia eletrônica, cultura de células obtidas de linfoma de Burkitt. Quatro anos após, em 1968, demonstrou-se que o EBV era o agente etiológico da mononucleose infecciosa.
Estudos posteriores comprovaram que, na realidade, as células B da orofaringe, representam o sítio primário da infecção.
O vírus Epstein Barr, também conhecido pela denominação inglesa, foi descoberto, em 1964, por um estudo de microscopia eletrônica, cultura de células obtidas de linfoma de Burkitt. Quatro anos após, em 1968, demonstrou-se que o EBV era o agente etiológico da mononucleose infecciosa.
Estudos posteriores comprovaram que, na realidade, as células B da orofaringe, representam o sítio primário da infecção. Epstein-Barr vírus ou simplesmente EBV, é um vírus da família Herpes, que causa a mononucleose infecciosa, em humanos. Existe forte correlação entre a infecção latente pelo EBV e o desenvolvimento de diversos tumores malignos, como o linfoma de Burkitt, a doença de Hodgkin, o linfoma B e ocarcinoma nasofaríngeo. Há, também, evidências de que o EBV possa estar associado a outras neoplasias malignas, principalmente a carcinomas gástricos, carcinomas mamários, leiomiossarcomas, linfomas T e carcinomas linfoepitelioma-like de glândulas salivares, pulmão e timo. Várias das proteínas expressas pelo EBV atuam diretamente, como oncogene, estimulando a proliferação das células infectadas. Além disso, o DNA viral, ao integrar-se ao genoma do hospedeiro, pode causar mutações em genes reguladores do ciclo celular, sobretudo no gene supressor, tumoral, p53, favorecendo o aparecimento de células neoplásicas.


3.1. Doença de hodgkin ou linfoma de hodgkin




  • ALH, caracteriza-se por ser uma neoplasia do sistema linforreticular, em que o EBV esta presente nos tumores.
  • Apresenta característica clinica e histológicas distintas. Origina-se de uma única célula B.
    Dois Grupos:LH Nodular e LH Clássico.
  • Sintomas são linfonodos aumentado no pescoço, na axilia ou na virilia na pele pode apresentar prurido intenso.
  • O DNA do EBV ou proteínas virais podem ter um papel patogênico em carios outros tumores nos quais eles tem sido detectados, linfoma nasais de células T.
  • O DNA viral ou proteínas também já foram detectados e linfomas de células T periféricas, os quais podem ser acompanhados de uma síndrome hemofagocitica associada ao vírus.

3.2. Linfoma não-hodgkin


  • Classificado como a segunda neoplasia mais comum em pacientes infectados pelo HIV.
  • Ele apresenta-se clinicamente nos nódulos linfáticos. É uma massa rígida que cresce lentamente e durante meses. A lesão pode envolver uma coleção de nódulos linfáticos locais, como nódulos cervicais, axiliar e inguinal, em que um ou mais nódulos moveis podem ser percebidos.
  • O tratamento; consiste em radioterapia e quimioterapia dependendo do estagio que se encontra a lesão. Quanto a intervesão de cirúrgica, não possui indicação.

3.3. Doença linfoproliferativa associada ao cromossoma x

  • Conhecida como síndrome de Duncam, doença hereditária do sexo masculino, é uma doença fatal após a infecção pelo EBV, devido á ausência de resposta imunológica ao vírus.
  • O gene do cromossoma X, que sofre a mutação nessa doença.

3.4. Infecções em pacientes imunocomprometidos.


*Leucoplasia pilosa oral (LPO): Manifestações clínicas da LPO, apresenta como uma placa branca, com uma superfície que pode ser plana, corrugada ou pilosa, não removível por meio de raspagem. Localização as bordas laterais da língua. Pode ocorrer em pacientes infectados pelo HIV e alguns pacientes transplantados.
*O tratamento não se faz usualmente devido algum pequeno desconforto ou necessidade estética.
*Pneumonite intersticial: Ocorre primariamente em crianças, mas também pode surgir em adultos infectados pelo HIV. Caracterizado por infiltrado pulmonar interticial difuso. As alterações patológicas nas lesões incluem filtração do septo alveolar por linfócitos células plasmáticas e imunoblastos.
*Desordem linfoproliferativas: A associação do EBV com desordens linfoproliferativa em paciente com imunodeficiência congênita ou adquirida inclui pacientes com imunodeficiência intensa. A imunidade mediada por células T encontram-se deficiente, tornando-se incapaz de controlar a proliferação de células B infectadas pelo EBV.
*Linfo-histiciose hemafagocitica (LHH): Causada pelo EBV, caracterizada por febre agudalinfadenopatia, hepatoesplenomegalia e hemofagotise generalizada, hepatite, pancetopenia, e coagulopatia frequentemente fatal. Esta associada com a infecção de células T pelo EBV.
*Granulomatose linfomatoide: Desordem angiodestrutiva do sistema linfático que pode estar associado à EBV. Apresentam evidências de imunodeficiência, incluindo indicações congênitas ou adquiridas.

3.5. Infecções por EBV em pacientes imunocompetentes

Mononucleose infecciosa (MI): Conhecida como doença do beijo, acontece através do compartilhamento de saliva. Caracterizada a MI, como uma síndrome que possui diversas causa, sendo a infecção pelo EBV a mais freqüente. Grande parte dos sintomas da MI é atribuída À proliferação e ativação das células T em resposta á infecção. Uma pequena percentagem das Células B periférica é infectada com EBV durante a MI; Infecção Crônica ativa pelo EBV. Caracterizada por episódios de febre, linfodenopatia e hepatoesplenomegalia recorrente ao longo de vários anos após a infecção primaria.

3.6. Diagnostico laboratorial

O diagnostico clinico diferencial da infecção é difícil. A MI induzida por EBV é, geralmente diagnosticada pela presença de linfócitos atípicos, linfocitose, anticorpos heterófilos e anticorpo especifico para antígenos virais.
Os testes sorológicos para a detecção de anticorpos contra a EBV são principal ferramenta para confirmação do diagnostico.
O diagnóstico das desordens linfoproliferativas requer exame histológicos do tecido de biopsia e hidridização in situ. Para a detecção do vírus podem ser feitas imuno-histoquimicas, imunocitoquímica, e microscopia eletrônica.



4. HERPESVIRUS HUMANO TIPO 8 (HHV-8)


O herpesvirus humano tipo 8 é associado ao sarcoma de Kaposi (SK), que é uma lesão angioproliferativa e inflamatória complexa nos membros inferiores, a lesão é caracterizada por múltiplas manchas, de aparência nodular ou planar, frequentemente envolvendo mucosa e vísceras, principalmente na AIDS-SK. O estagio final é representado por uma fase tumoral nodular.
A transmissão ocorre, principalmente, através do contato homossexual masculino; nas áreas endêmicas, ocorre principalmente, na infância após a diminuição dos anticorpos maternos; ocorre também através de transplantes de órgãos entre outros.
Pouco se conhece a respeito das manifestações clinicas na infecção primaria pelo HHV-8. Tem sido observada uma síndrome semelhante a mononuclease, com sintomas de febre, artralgia, esplenomegalia e linfadenopatia cervical, com aumento de IgM especifica para HHV-8.
Histologicamente, a lesão do SK difere das formas tradicionais de câncer, por exemplo, as lesões de SK são muito complexas. O elemento proliferativo predominante são as chamadas células espinhosas, acredita-se que essas células tenham origem endotelial.
Alem das células espinhosas, também são encontrados nas lesões infiltrados celulares leucocitários e marcada angiogenese, em que a formação de novos vasos é anormal e facilita o extravasamento liquido e de hemácias. A formação desses novos vasos, na maioria das vezes, precede o aparecimento de células espinhosas típicas que formam o tumor de SK.
O HHV-8 está presente tanto nas células endoteliais microvasculares quanto nas células espinhosas de lesões iniciais de sarcoma, significando que os eventos iniciais do sarcoma são desencadeados pela infecção viral.
Inicialmente, as células espinhosas são os elementos mais numerosos, entretanto, as células inflamatórias e elementos neovasculares também são proeminentes nesse estágio. A lesão então progride a um estágio nodular, em que as células espinhosas se tornam progressivamente os elementos dominantes no quadro histológico, formando lesões macroscopicamente visíveis.
As células endoteliais e espinhosas ativadas são aquelas que respondem rapidamente a qualquer infecção, montando uma resposta inflamatória eficaz para eliminar os eventos estranhos ao organismo. A liberação dos fatores inflamatórios parece não ser o único desencadeante da doença, pois nem todo hospedeiro do HHV-8 que sofre uma infecção tissular desenvolve o sarcoma de Kaposi.
Muitos pacientes com SK localizado não necessitam de tratamento, enquanto outros podem ser tratados por terapias locais, já em pacientes com HIV o SK é bem mais agressivo, podendo se espelhar pelo organismo e envolver estruturas linforreticulares, trato gastrointestinal e pulmões, além da pele.
O HIV possui um papel na patologia da infecção, uma vez que a proteína Tat, um fator de ativação da transcrição do genoma do HIV e, indiretamente, do HHV-8, também é responsável por funções que afetam a sobrevida e o crescimento das células T, células endoteliais e células espinhosas.
As doenças associadas ao HHV-8 são:

  • Principalmente o sarcoma de Kaposi (SK);
  • Linfoma de efusão primário ou de cavidade de corpo (PEL OU BCBL);
  • Doença de Castleman multicêntrica; entre outras.

Diagnostico laboratorial: O DNA do HHV-8 pode ser detectado por PCR; a hibridização in situ é utilizada para localizar células especificas que estão infectadas com o HHV-8; a imuno-histoquimica tem sido empregada para a detecção do HHV-8 em tecidos fixados com formalina e embebidos em parafina, utilizando anticorpos monoclonais para diferentes antígenos virais; entre outros.
O SK é encontrado em todo o mundo, porem com diferentes taxas de prevalência.
Os inibidores de DNA-polimerase de herpesvirus são eficazes no combate à infecção lítica, porém, são ineficazes em casos de infecção latente. Atualmente, substâncias com propriedades anticancerígenas são as mais indicadas para o uso em pacientes com SK avançado, BCBL ou MCD. Entre elas, podem ser citadas: daunorrubicina, doxorrubicina, paclitaxel e alitretinoina.

Acadêmicas: Ritieli Barbieri, Bruna Gonzatto, Karen Quevedo, Frantiesca Vargas, Lili Dal Astra, Regina Koth, Gabriela Rotta

VIROLOGIA

Propriedades gerais dos vírus

Os vírus são os menores agentes infecciosos e contém apenas um tipo de ácido nucléico (RNA e DNA) como genoma, circundado por um envelope protéico que pode ser delimitado por uma membrana contendo lipídio. A unidade infecciosa completa é denominada virion. Os vírus são inertes no ambiente extracelular, replicam-se apenas em células vivas e são parasitos em nível genético. O ácido nucléico viral contém a informação necessária para programar a célula infectada do hospedeiro a sintetizar macromoléculas específicas do vírus necessárias à produção da progênie viral. Durante o ciclo de replicação, são produzidas numerosas cópias de ácido nucléico viral e proteínas do envelope. As proteínas do envelope organizam-se para formar o capsídio, que envolve e estabiliza o ácido nucléico viral, protegendo-o do ambiente extracelular, bem como facilitando a fixação e penetração do vírus ao entrar em contato com novas células suscetíveis. A infecção por vírus pode ter pouco ou nenhum efeito sobre a célula hospedeira, ou resultar em lesão ou morte celular.
O universo dos vírus apresenta grande diversidade. Os vírus variam enormemente na sua estrutura, organização e expressão do genoma, bem como as estratégias de replicação e transmissão. A variedade do hospedeiro para determinado vírus pode ser ampla ou extremamente limitada. Sabe-se eu os vírus infectam os microrganismos unicelulares, como micoplasmas, bactérias e algas, bem como todas as plantas e animais superiores.
Grande parte da informação sobre as relações entre vírus e hospedeiro foi obtida de estudos com bacteriófagos, isto é, vírus que atacam bactérias.


Origem Evolutiva dos vírus

Desconhece-se a origem dos vírus. Existem profundas diferenças entre os vírus de DNA, os de RNA e os que utilizam tanto o DNA quanto o RNA com material genético durante diferentes estágios de seu ciclo de vida. É possível que os diferentes tipos de agente tenham origens distintas. Duas teorias sobre a origem dos vírus podem ser resumidas da seguinte maneira:
(1) Os vírus podem ser derivados do DNA ou do RNA dos ácidos nucléicos de células hospedeiras que adquiriram a capacidade de replicação autônoma e evoluíram independentemente. Assemelham-se a genes adquiriram a capacidade de existir independentemente da célula. Algumas sequências virais estão relacionadas com porções de genes celulares que codificam domínios funcionais protéicos. É provável que pelo menos alguns vírus tenham evoluído dessa maneira.
(2) Os vírus podem constituir em formas degeneradas de parasitos intracelulares. Não há evidências de que os vírus tenham evoluído a partir de bactérias, embora exista probabilidade de que outros microrganismos intracelulares obrigatórios – como, por exemplo, riquétsias e clamídias - tenham deito isso. Todavia, os poxvírus são tão grandes e complexos que podem representar produtos evolutivos de algum ancestral celular.


Classificação dos vírus

Foram utilizadas as seguintes propriedades como base para a classificação dos vírus. A quantidade de informações disponíveis em cada categoria não é a mesma para todos os vírus. Os métodos empregados para caracterizar os vírus mudam rapidamente. Hoje, a determinação da sequência do genoma é frequentemente efetuada na identificação inicial do vírus, e as comparações com base de dados disponíveis evitam a necessidade de obter maior número de dados clássicos (por exemplo, densidade de flutuação do virion). Os dados relativos à sequência genômica constituem critérios taxonômicos avançados (por exemplo, ordem dos genes) e podem fornecer a base para a identificação de novas famílias de vírus.
(1) Morfologia do virion, incluindo o tamanho, a forma, o tipo de simetria, a presença ou ausência de peplômeros e presença ou ausência de membranas.
(2) Propriedades do genoma do vírus, incluindo tipo de ácido nucléico (DNA e RNA), tamanho do genoma em quilobases (Kb) ou pares de quilobases (kbp), número de fitas (simples ou duplo), linear ou circular, sentindo/ polaridade (positivo, negativo, com ambos os sentidos), segmentos (número e tamanho), sequência de nucleotídios, conteúdo de G + C, presença de características especiais.
(3) Propriedades físico-químicas do virion, incluindo a massa molecular, densidade de flutuação, estabilidade em pH, termoestabilidade e suscetibilidade e agentes físicos e químicos particularmente éter e detergentes.
(4) Propriedades das proteínas virais, incluindo o número, o tamanho e as atividades funcionais das proteínas estruturais e não estruturais, sequência de aminoácidos, modificações (glicosilação, fosforilação, miristilação) e atividades funcionais especiais (transcriptase reversa, neuraminidase, atividades de fusão).
(5) Organização e replicação do genoma, incluindo a ordem dos genes, número e posição das estruturas de leitura abertas, estratégia de replicação (padrões de transcrição, tradução) e locais celulares (acúmulo de proteínas, organização do virion, liberação do virion).
(6) Propriedades antigênicas.
(7) Propriedades biológicas, incluindo variedade de hospedeiros naturais, modo de transmissão, relação com vetores, patogenicidade, tropismos teciduais e patologia.

Modos de transmissão dos vírus

Os vírus podem ser transmitidos das seguintes maneiras:
  • Transmissão direta de uma pessoa para outra por contato; os principais meios de transmissão podem incluir os perdigotos ou aerossóis (influenza, sarampo, varíola); por via orofecal (enterovírus, rotavírus, hepatite A), por contato sexual (Hepatite B, herpes simples tipo 2, HIV), por contato mão-boca, mão-olhos ou boca-boca (herpes simples, rinovírus, vírus de Epstein-Barr), ou por sangue contaminado (Hepatite B, HIV);
  • Transmissão de um animal para outro, sendo o ser humano um hospedeiro acidental. A transmissão pode ocorrer através de mordida (raiva) ou perdigotos ou aerossóis de locais contaminados por roedores (arenavírus, antavírus);
  • Transmissão por um vetor artrópode (arbovírus, flavivírus e bunyavírus).

BIBLIOGRAFIA

BROOKS, Geo F. [et.al]; Microbiologia médica. 24ª Edição. Págs 367, 368 e 390. Editora Mc Graw Hill. Rio de Janeiro,2009.

Acadêmica: Karen Quevedo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO PARA TOXOPLASMOSE E RUBÉOLA

1. TOXOPLASMOSE


1.1 Doença e Manifestações clínicas

A Toxoplasmose é uma doença parasitária infecciosa, onde seu agente casual é o Toxoplasma gondii, um parasito intracelular, capaz de infectar tanto mamíferos como aves, inclusive o homem. Todas as fases do ciclo de vida ocorrem nos felinos, mas somente os estágios de trofozoíto e cisto ocorrem em humanos e outros hospedeiros intermediários.
A transmissão ocorre pela ingestão de carne mal cozida, que contém cistos teciduais, ou pela ingestão de oocistos infectantes em alimentos ou água contaminada com fezes de gatos. A doença a maioria das vezes é assintomática. Possui larga distribuição geográfica ocorrendo tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. A infecção nas pessoas imunocomprometidas pode apresentar complicações graves. A infecção in útero pode resultar em infecção congênita grave com seqüelas ou natimortos.
A maioria das infecções agudas é assintomática ou mimetiza outras doenças infecciosas, nas quais febre linfodenopatia são proeminentes. A infecção congênita pode ocorrer quando a mãe desenvolve a infecção aguda durante a gestação. O risco de infecção de recém-nascido não está relacionado à presença ou ausência de sintomas na mãe, mas a gravidade da infecção depende do período de gestação em que o contágio ocorre. Morte intra-uterina, microcefalia ou hidrocefalia com calcificação intracraniana podem ocorrer quando a infecção é adquirida na primeira metade da gestação. As infecções na segunda metade da gestação geralmente são assintomáticas ao nascimento, embora febre, hepatosplenomegalia e icterícia possam aparecer. Coriorretinite, retardo psicomotor e distúrbios convulsivos podem se manifestar meses ou anos depois.
Em indivíduos imunossuprimidos, especialmente aqueles com AIDS, apresentam infecções do SNC. Outras manifestações clínicas e patológicas incluem pneumonite, miocardite, renite, pancreatite ou orquite.


1.2 Diagnóstico Imunológico

Existem outros métodos de diagnóstico, mas o imunológico ainda é o mais realizado. A sorologia continua sendo a principal abordagem no diagnóstico da toxoplasmose.
O teste com o corante de Sabin-Feldman e o ensaio de IF (imunofluorescência) são padrões com os quais os demais métodos são comparados, embora o primeiro seja realizado em poucos centros. Os teste de EIA (ensaio imunoenzimático) estão comercialmente disponíveis e resultados são semelhantes a IF.
Os teste para anticorpos IgM específicos são especialmente úteis para o diagnóstico de infecção congênita e aguda, mas o conhecimento das limitações do exame, particularmente da ocorrência de reações falso-positivas, é extremamente importante. A persistência de anticorpos IgM específicos, algumas vezes por um ano ou mais, também, é problemática e deve ser interpretada em conjunto com os resultados da dosagem de anticorpos IgG. Tendo em vista que muitas pessoas apresentam infecção assintomática, títulos baixos de IgG é de pouco significado. Os títulos em pacientes com infecções oculares crônicas também pode estar baixo.
Pacientes imunocomprometidos, aqueles com AIDS, apresentam anticorpos IgG preexistentes específicos, embora os títulos possam ser baixos, e raramente é observada IgM. A interpretação dos títulos de IgM e IgG varia conforme a metodologia do teste e o fabricante. O laboratório que realiza o exame deve fornecer os critérios necessários para a interpretação

2. RUBÉOLA


A rubéola (sarampo alemão) geralmente produz uma febre branda e uma erupção transitória em crianças e em adultos. O vírus da rubéola circula pela via hematogênica, mesmo nos casos brandos, e a disseminação virêmica transplacentária durante o primeiro trimestre da gravidez pode produzir má formação teratogênicas cardíacas, oculares e cerebrais desvastantes.
Quando há suspeitas de rubéola aguda em uma mulher grávida, o método mais direito e seguro de diagnóstico consiste em detectar os anticorpos IgM anti-rubéola no soro da mulher, por ELISA ou IFA.
O método de ELISA é o mais realizado devido sua sensibilidade e facilidade, sendo realizado da seguinte forma:
PASSO: Colocar o soro do paciente em placas de microtitulação sensibilizadas com anticorpo reagente, se o soro apresentar antígeno se ligará ao anticorpo da fase sólida (ELISA captura), um segundo anticorpo é conjugado com uma enzima e é colocado no poço tendo a capacidade de se ligar ao antígeno;
PASSO: Após o segundo anticorpo ser adicionado, será realizada uma lavagem para eliminar os anticorpos não ligados, depois é adicionado o substrato da enzima que irá reagir produzindo um produto colorido que é verificado em espectrofotometria.





BIBLIOGRAFIA

  • HENRY, John B; Diagnóstico clínicos e tratamentos por métodos laboratoriais.
    20ª Edição. Manole, 2008;
  • COURA, Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias, 2º volume. Guanabara Koogan, 2005.

ACADÊMICA:

Karen Quevedo

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

1. HEPATITES VIRAIS (A E B): DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO E A RELAÇÃO DA IgM E IgG COM A PRESENÇA DA DOENÇA

1.1. A hepatite A

É uma infecção assintomática e clinicamente fulminante, causada por um vírus da família Hepatovvirus. A doença aguda pode perdurar até seis meses e, embora a doença não evolua para uma fase crônica, pode haver complicações provindas da hepatite A. Já houve caso descrito de uma forma colestática que podia perdurar mais de seis meses. Rash cutâneo incluindo urticária, crioglobulinemia, síndrome de Guillain-Barré, meningoencefalite, insuficiência renal, síndrome de Reye, hepatite auto-imune e complicações hematológicas e cardiovasculares associadas à infecção pelo HVA.
As hepatites fulminantes são comuns, associadas com quadro ictérico e deterioração da função hepática, inércia, encefalopatia e coma. As formas inaparentes ou anictéricas estão relacionadas à idade do paciente, sendo que, quanto mais idade maior será a chance de ocorrer agravamento da doença.
O período de incubação é de 15 a 50 dias seguido de fase pré-ictérica, que precede o aparecimento dos sintomas e a elevação das taxas de enzimas hepáticas. A sintomatologia é caracterizada por febre, náuseas, vômito e dor abdominal, cansaço, acompanhados dos sinais mais específicos como a icterícia, acolia fecal (fezes claras) e colúria (urina escura) provindo da excreção de pigmentos de bilirrubinas.


1.1.1. Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico laboratorial utiliza-se da detecção dos marcadores sorológicos que acompanha o curso da doença pelo HAV.
·           Anti-HAV IgM: É um marcador de infecção aguda, aparecendo em torno de quatro semanas após a infecção. Mesmo período em que começam os sintomas e o aumento dos níveis máximos de ALT (alanina-ammino-transferase).
·           Anti-HAV IgG: É detectado logo após o IgM. O IgG é um anticorpo de longa duração e sua presença indica exposição prévia ao HAV e imunidade.
·           HVA-RNA: É um marcador de fase aguda da hepatite, aparecendo antes do anti-HAV IgM, que pode estar presente até duas semanas após o inicio dos sintomas, mas que nas formas reincidentes ou arrastadas podem durar até seis meses depois do surgimento dos sintomas.
Testes moleculares também podem ser feitos para que a doença seja diagnosticada precocemente, quando o anticorpo IgM anti-HAV ainda não pode ser detectados por testes sorológicos.

1.2. Hepatite B

É uma infecção no fígado causada pelo vírus HBV da família Hepadnaviridae , onde a maioria dos infectados não apresentam sintomatologia enquanto outra parte apresenta manifestação que variam de brando e transitório a grave e controlado. A taxa de sintomatologia dependerá da idade do infectado. A maioria dos pacientes adultos se recupera, porém, uma menor parte desenvolve uma forma fulminante que pode se desencadear em óbito ou em hepatite crônica com possibilidade de evoluir para cirrose e hepatocarcinoma.

1.2.1. Hepatite B aguda

O surgimento do quadro agudo acompanhado de icterícia é comum; na fase pré-icterícia a sintomatologia é febre, mal-estar, fadiga mialgia, anorexia, náuseas e vômito. A perda de peso e a dor no quadrante superior esquerdo associada à hepatomegalia. Já a fase ictérica há colúria e desenvolvimento de icterícia na pele, mucosas e esclerótida, que adquirem uma tonalidade amarela.
Os testes da função hepática são fundamentais para o diagnóstico clínico. Na fase aguda os níveis de alanina e de aspartato aminotransferase, que podem se elevar em até três vezes, sendo a primeira mais elevada do que a segunda. Além disso, surgem algumas alterações inespecíficas como elevação de bilirrubinas, fosfatase alcalina e uma pequena linfocitose.
O tempo delongado de protrombina vem de uma desestruturação da função hepática e predispor a um quadro de hepatite fulminante, que pode resultar em necrose maciça dos hepatócitos, rapidamente encefalopatia e falência múltipla de órgãos. Normalmente a IgM anti-HBc está presente, embora a HBsAg e a  HBeAg nem sempre podem ser detectadas.
Essa infecção aguda tem como resolução a presença de anticorpo antiviral e linfócitos T citotóxicos. Os indivíduos curados ainda apresentam níveis elevados de anticorpos anti-HBs, traços de HBV-DNA na circulação e periférica e no tecido hepático.

1.2.2. Hepatite B crônica

São considerados portadores crônicos os que mantêm algum nível de HBsAg por pelo menos seis meses. A sintomatologia é inespecífica, podendo ser uma pequena alteração na alanino transferase e apresentando marcadores sorológicos como o HBV-DNA e HBeAg/anti-HBe.
Há risco de desenvolvimento de câncer hepático por mecanismos que ainda não são bem conhecidos. Têm-se indícios de dois fatores contribuintes para a formação de um câncer: o vírus podem expressar proteínas com capacidade oncogênica, como a HBx, ou então uma capacidade de interação do DNA viral na célula hospedeira.

1.2.3. Diagnóstico laboratorial

Os testes bioquímicos de rotina para averiguar a função hepática (níveis séricos das aminotransferases — ALT/TGO e AST/TGP) não são específicos pára hepatites, mas indicam quadro agudo sintomático de hepatite viral.
Assim como em outras hepatites o testes sorológicos e moleculares são essenciais para diferenciar o agente etiológico e parta o acompanhamento da evolução do quadro.

1.2.3.1 Marcadores sorológicos pesquisados no diagnóstico da hepatite B aguda

·      HBsAg: é o primeiro marcador que aparece durante uma infecção por HBV. Na hepatite aguda ele declina a níveis indetectáveis.
·      Anti-HBc IgM: é o marcador de infecção recente, encontrado até seis meses após a infecção. No caso crônico, ele aparece enquanto houver replicação viral.
·      Anti HBc IgG: marcador de longa duração, presentes em infecções agudas e crônicas e significa contato prévio com o vírus.
·      HBeAg: é liberado no soro durante a replicação viral, indicando alta infecciosidade.
·      HBV-DNA: durante a fase de replicação seu nível está acima de 105 cópias/ml.
·      Anti-HBe: surge após o desaparecimento do HBeAg.
·      Anti-HBs: é o único que significa o ganho da imunidade ao HBV. Surge no soro após o desaparecimento do HBsAg, indicando a cura e a imunidade.

1.2.3.2. Marcadores sorológicos pesquisados no acompanhamento de pacientes com hepatite B crônica

·      HBsAg: Sua presença por mais de seis meses inca a hepatite crônica.
·      HBeAg: está presente enquanto ocorre a replicação viral.
·      Anti-HBe: em hepatites crônicas e assintomáticas a presença sugere a diminuição da replicação do vírus, tendo melhora bioquímica e histológica.
·      HBV-DNA Quantitativo: como o HBV-DNA pode ser detectado em qualquer fase da doença, então, para monitorar o tratamento é necessário quantificar.


BIBLIOGRAFIA
COURA, Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias, 2º volume. Guanabara Koogan, 2005.


Acadêmica: Frantiesca Vargas
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