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segunda-feira, 28 de março de 2011

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA INFLAMAÇÃO

A inflamação é uma reação complexa a vários agentes nocivos, como os microrganismos e células danificadas, geralmente necróticas, que consiste de respostas vasculares, migração e ativação de leucócitos e reações sistêmicas. Invertebrados que não possuem sistema vascular e até mesmo organismos unicelulares são capazes de eliminar agentes nocivos por meio de vários mecanismos que incluem a captura e fagocitose do agente causador, às vezes por células especializadas (hemócitos), e neutralização de estímulos nocivos pela hipertrofia da célula hospedeira ou de uma de suas organelas. Essas reações celulares foram mantidas pelo processo evolutivo, sendo que as reações inflamatórias mais potentes foram desenvolvidas pelas espécies mais avançadas. A principal característica do processo inflamatório é a reação dos vasos sanguíneos, que leva ao acúmulo de fluido e leucócitos nos tecidos extravasculares. A resposta inflamatória está intimamente ligada ao processo de reparo. A inflamação destrói, dilui ou isola o agente nocivo e desencadeia uma série de eventos que tentam curar e reconstituir o tecido danificado. O reparo começa nas fases iniciais da inflamação, mas geralmente só é finalizada depois que a influência nociva neutralizada. Durante a fase de reparação, o tecido danificado é substituído por meio da regeneração de células parenquimatosas nativas, pelo preenchimento com tecido fibroso (cicatrização) ou, o que é mais comum, por uma combinação desses processos. A inflamação é fundamentalmente um mecanismo de defesa, sujo objetivo final é a eliminação da causa inicial da lesão celular e das conseqüências de tal lesão. Sem inflamação, as infecções se desenvolveriam descontroladamente, as feridas nunca cicatrizariam e o processo destrutivo nos órgãos atacados seria permanente. Entretanto, a inflamação e o reparo podem ser potencialmente prejudiciais. As reações inflamatórias são pilar de doenças crônicas, como a artrite reumatóide, a aterosclerose e a fibrose pulmonar, assim como de reações de hipersensibilidade. O reparo pela fibrose pode causar cicatrizes deformadoras ou faixas fibrosas que causam obstrução intestinal ou limitam a mobilidade das articulações. A resposta inflamatória consiste em dois componentes principais: uma reação vascular e uma reação celular. Muitos tecidos e células estão envolvidos nessas reações, incluindo o fluido e as proteínas do plasma, as células circulantes, os vasos sanguíneos e os componentes celulares e extracelulares do tecido conjuntivo. A inflamação pode ser aguda ou crônica. A inflamação aguda se inicia rapidamente e tem uma duração relativamente curta, de alguns minutos a várias horas ou alguns dias; suas principais características são a exsudação de fluido e de proteínas plasmáticas (edema) e a migração de leucócitos, predominantemente neutrófilos. A inflamação crônica tem uma duração maior e está histologicamente associada à presença de linfócitos e macrófagos, à proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose tissular5. Muitos fatores modificam o curso e a aparência morfológica tanto da inflamação aguda, quanto da crônica. As reações vasculares e celulares da inflamação aguda e da crônica são medidas por fatores químicos derivados de proteínas ou células plasmáticas e são produzidas ou ativadas pelo estimulo inflamatório. Tais mediadores, agindo solitariamente, em conjunto ou em sequência, amplificam a resposta inflamatória e influenciam sua evolução. As próprias células ou tecidos necróticos - independentes da causa da morte celular - também podem desencadear a formação de mediadores da inflamação. A inflamação termina quando o agente agressivo é eliminado e os mediadores secretados são destruídos ou dispersos. Além disso, existem mecanismos antiinflamatórios ativos que controlam a resposta e evitam que ele cause dano excessivo ao hospedeiro.



BIBLIOGRAFIA
KUMAR, Vinay [et al]; Robbins e Cotran: Bases Patológicas das Doenças. Pgs 50 e 51. 7ª Edição. Elsevier. Rio de janeiro, 2005.
Acadêmica: Karen Quevedo

domingo, 27 de março de 2011

CIENTISTAS DESCOBREM UMA CÉLULA DO CORPO QUE "AJUDA" O CÂNCER




Um novo estudo descobriu que algumas células “traem” o corpo, protegendo os tumores cancerígenos do sistema imunológico. A descoberta alerta que se fosse possível bloquear essas células, os tratamentos para parar o crescimento de tumores seriam mais eficazes. Os pesquisadores sabiam que o microambiente do tumor era imunossupressor, mas não sabiam como. Para descobrir isso, a equipe investigou as células vizinhas ao tumor. Os tumores cancerígenos são sempre rodeados por uma mistura de células do sistema imunológico que, por alguma razão desconhecida, parecem permitir que o tumor cresça sem interferir. Os pesquisadores então decidiram destacar um tipo de célula que está presente em torno dos tumores, bem como em áreas de inflamação crônica, como as articulações de pessoas com artrite reumatóide. Pouco se sabe sobre essa célula, que os pesquisadores chamam de FAP, por causa da proteína de ativação de fibroblastos encontrada em sua superfície. Embora a célula tenha sido descoberta escondida em torno de tumores há 20 anos, poucas pesquisas foram feitas sobre sua função. Ela tem sido utilizada apenas como indicadora de tumores. Inclusive, os pesquisadores estão tentando descobrir se ela já foi estudada antes sob um nome diferente. Para estudar a função destas células, a equipe injetou tumor de pulmão ou de pâncreas em ratos, e matou seletivamente as células FAP. Quando as células FAP morreram, todos os tumores pararam de crescer. Segundo os pesquisadores, nos ratos os tumores normalmente dobram de tamanho em dois dias. Mas quando eles dissecaram os tumores dois dias após matarem as células FAP, os tumores estavam do mesmo tamanho ou ligeiramente menores do que quando foram injetados. Além disso, cerca de metade das células do tumor morreram por inanição de oxigênio, o que sugere que seu suprimento de sangue foi cortado. Os pesquisadores imaginam que as células FAP trabalham bloqueando a ação de duas proteínas que normalmente matam os tumores. Quando eles bloquearam a atividade dessas duas proteínas, em uma outra experiência, foram capazes de impedir a necrose tumoral. Ainda assim, especialistas alertam que o modelo de câncer dos ratos não se parece com a natureza dos carcinomas humanos que se pode observar na prática clínica. Antes que a equipe de pesquisadores possa desenvolver uma terapia aplicável aos seres humanos, eles precisam descobrir em quais outros lugares do corpo essas células podem residir, e o que elas estão fazendo.





BIBLIOGRAFIA







Acadêmica: Karen Quevedo

quinta-feira, 24 de março de 2011

BLOQUEIO AO HIV


Pesquisadores da escola de medicina da Universidade da Pensilvânia trazem uma boa notícia para a luta contra a Aids. Eles estão desenvolvendo um tratamento que impede a invasão do HIV nas células brancas do sangue. Os cientistas pretendem alterar as células geneticamente para bloquear a entrada do vírus. As primeiras nove pessoas a receber o tratamento mostraram resultados promissores.
De acordo com o responsável pela pesquisa, Carl June, o tratamento envolve retirar as células mais propensas à infecção por HIV, chamadas CD4+, de um paciente soropositivo. Em seguida, elas são alteradas em laboratório para “sabotar” um gene chamado CCR5, que é a “porta de entrada” do vírus causador da Aids. As células tratadas ficam, então, “trancadas” para o HIV. Depois da mudança, elas são recolocadas no paciente.“Este é o primeiro exemplo de modificação genética a introduzir um gene resistente a doenças em um paciente”, disse June.
Os resultados preliminares revelaram que, um ano após o tratamento, as células alteradas cresceram em número. Em alguns pacientes, as células haviam colonizado áreas do intestino e da mucosa retal, onde o HIV geralmente se multiplica e as CD4+ se esgotam. O estudo foi considerado pioneiro e apresentado esta semana em uma conferência sobre vírus em Boston.




BIBLIOGRAFIA






Acadêmica: Karen Quevedo

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Leucócitos


Neutrófilos

Representam 95% dos granulócitos circulantes. Essas células possuem um núcleo peculiar, formando lóbulos (geralmente três) que se unem através de uma ponte de cromatina.  As formas com mais de cinco lóbulos são consideradas hipersegmentadas, representando células envelhecidas. A forma jovem dessa célula apresenta o núcleo em forma de bastonete, sendo encontrada na medula óssea, porém, em caso de inflamação, pode ser encontrada na circulação sanguínea.
Podemos descrever três tipos de grânulos no citoplasma dos neutrófilos: grânulos específicos, azuróficos e terciários.
Os grânulos específicos são preenchidos por enzimas e agentes farmacológicos que ajudam nas suas funções antimicrobianas. Os grânulos azuróficos contêm hidrolases ácidas, mieloperoxidade, lisozimas, proteína antimicrobiana de aumento de permeabilidade (BPI). Os grânulos terciários contêm gelatinases e catepsinas, além de glicoproteínas.
Essas células reagem aos patógenos, assim sofrem marginação e saem dos vasos sanguíneos através de um processo ao qual chamamos de diapedese, assim chegando aos tecidos. Então eles liberam seus grânulos e substâncias citotóxicas quando estimulados pelos receptores FCγ por eles expressados. Quando atingem o local afetado pelo petógeno, os neutrófilos destroem os microorganismos por fagocitose ou através da liberação de enzimas.



Eosinófilos

Possuem núcleo bilobulado e em seu citoplasma há grânulos específicos e azuróficos. Essa célula tem como função fagocitar e destruir complexos de antígeno-anticorpo, mas também, mesmo sendo de forma mais lenta, podem fagocitar microorganismos. A eusinofilia, que é o aumento de eosinófilos na circulação, caracteriza pacientes portadores de alguma doença alérgica. No local de inflamação os eosinófilos liberam substancias que inaticam dois dos principais mediadores químicos da alergia, assim regulando a reação inflamatória e reduzindo a migração de granulócitos para a área afetada.
Outra função do eosinófilo envolve reação imunológica contra parasitas. As células sofrem desgranulação após ligação com IgG e IgE que envolvem o parasita.  Então os grânulos fundem-se à membrana plasmática para líber o seu conteúdo. Esse mecanismo é utilizado para destruir alvos grandes e impossíveis de serem fagocitados.


           
Basófilos

            São células carregadas de grânulos, possuindo o núcleo em forma de U ou S. Possuem IgE ligada em sua membrana através de receptores Fc de muita afinidade. Então a ligação de um alérgeno nessas moléculas de IgE na superfície do basófilo causa a desgranulação. Esse fato sugere o envolvimento dessa célula imunológica com hipersensibilidade.


Linfócitos

Essas células possuem apenas grânulos azurófilos, tendo um núcleo grande que ocupa grande parte do citoplasma. Podemos, de forma básica, classificá-las em dois tipos: linfócito T e linfócito B. Mas não é possível fazer isso apenas olhando ao microscópio por causa de sua morfologia semelhante, porém há técnicas que nos permitem discerni-los.

Linfócitos T: Representam a maioria dos linfócitos em circulação, responsáveis pela resposta imunológica celular. São capazes de diferenciar e reconhecer antígenos específicos por possuírem o receptor TCR em sua superfície. Eles reagem contra microorganismos intracelulares ou extracelulares, participam de reações de hipersensibilidade do tipo IV e interferem na atividade dos linfócitos B, macrófagos e outras células.
Os linfócitos T ainda podem ser classificados como: linfócitos T hellper (apresentam a molécula CD4 e sua superfície, participam de forma indireta na secreção de anticorpos; também estão envolvidos na ativação do macrófago e na atividade dos linfócitos), linfócito citotóxico (apresentam a molécula CD8 em sua superfície, envolvendo-se na lise de células alogeneicas presentes em órgãos transplantados de doador não compatível, lese de células tumorais e células infectadas por vírus ou outro parasita) e linfócito supressor (mantém ação reguladora sobre o sistema imune).
Linfocito B: Essas células são responsáveis pela resposta imunológica humoral; elas reconhecem o determinante antigênico em questão e sintetizam anticorpos específicos para agir contra esse antígeno. Esse reconhecimento é feito a partir de gliproteínas presentes na superfície celular.


Monócitos

Essas células possuem muitos grânulos azuróficos e núcleos riniformes e excêntricos. Ao deixarem a circulação através da diapedese, eles se diferenciam em macrófagos, que agem fagocitando partículas, como células alteradas do próprio organismo, parasitas e células tumorais. Pinocitose de complexos antígeno-anticorpo. Síntese de moléculas importantes parta a resposta inflamatória e imunológica. Processamento e apresentação de antígenos aos linfócitos. 


Bibliografia
Siqueira Jr., Mecanismos celulares e moleculares da inflamação, pg 18 a 27.
Gartner, Leslie [et al], Tratado de histologia em  cores, 3º edição. Rio de Janeiro: Elsevier,2007.

Acadêmica: Frantiesca Vargas

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

LESÃO



Lesão ou processo patológico é conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nos tecidos após agressões. As alterações morfológicas que caracterizam as lesões podem ser observadas através de alterações macroscópicas ou microscópicas ou submicroscópicas.
As alterações moleculares, que muitas vezes se traduzem rapidamente em modificações moleculares, que muitas vezes se traduzem rapidamente em modificações morfológicas, podem ser detectadas com métodos bioquímicos e de biologia molecular. Os transtornos funcionais manifestam-se por alterações da função de células, tecidos, órgãos ou sistemas e representam os fenômenos fisiopatológicos já definidos.
As lesões são dinâmicas: começas, evoluem e tendem para a cura ou para a cronicidade. Por esse motivo, são também conhecidas como processos patológicos, indicando a palavra “processo” como uma sucessão de eventos. É compreensível, portanto, que o aspecto morfológico de uma lesão seja diferente quando ela é observada em diferentes fases de sua evolução.
O alvo dos agentes agressores são as moléculas, especialmente as macromoléculas, de cuja ação depende as funções vitais. Toda lesão inicia-se no nível molecular. As alterações morfológicas celulares surgem em conseqüência de modificações na estrutura na estrutura das membranas, do citoesqueleto e de outros componentes, além do acúmulo de substâncias nos espaços intercelulares. A ação dos agentes agressores, qualquer que seja a sua natureza, se faz basicamente por dois mecanismos: (a) ação direta, por meio de alterações moleculares que se traduzem em modificações morfológicas; (b) ação indireta, através de mecanismos de adaptação que, ao serem acionados para neutralizar ou eliminar a agressão, induzem alterações moleculares que resultam em modificações morfológicas. Desse modo, os mecanismos de defesa, quando acionados, podem também gerar lesão no organismo. Isso é compreensível tendo em vista que os mecanismos defensivos em geral são destinados a matar (lesar) invasores vivos, os quais são formados por células semelhantes às dos tecidos; o mesmo mecanismo que lesa um invasor vivo é potencialmente capaz de lesar também as células do organismo invadido.
Embora tenha uma enorme quantidade de agentes lesivos existentes na natureza, a variedade de lesões notadas nas doenças não é muito grande. Isso ocorre devido ao mecanismo de agressão as moléculas serem comuns apesar das diferenças de seus agentes agressores. Além disso, com freqüência as defesas do organismo são inespecíficas, no sentido de que são as mesmas frente a diferentes estímulos.  Alguns exemplos são: agentes lesivos reduzem o fluxo sanguíneo, que diminui o fornecimento de oxigênio para as células e reduz à produção de energia, a redução na síntese de ATP também é provocada por agentes que inibem enzimas da cadeia respiratória; outros diminuem a produção de ATP porque impede o acoplamento da oxidação com o processo de fosforilação do ADP; há ainda agressões que aumentam as exigências de ATP sem induzir aumento proporcional do fornecimento do oxigênio.
Em todas estas situações, a deficiência de ATP interfere com as bombas eletrolíticas, com as sínteses celulares, com o pH intracelular e com outras funções que culminam no acumulo de água no espaço intracelular e com uma série de alterações ultraestruturais que recebem, em conjunto, o nome de degeneração hidrópica. São, portanto, diferentes os agentes agressores capazes de produzir uma mesma lesão por meio de redução absoluta ou relativa da síntese de ATP. P outro lado, a ação do calor (queimadura), de um agente químico corrosivo ou de uma bactéria que invade o organismo é seguida de respostas teciduais que se traduzem por modificações da microcirculação e pela saída de leucócitos do leito vascular para o interstício. Nessas três situações, ocorre uma reação inflamatória inespecífica, que é uma modalidade comum e muito freqüente de resposta do organismo frente à agressão muito distintas.
Nas inflamações, os leucócitos são mobilizados por agressões diferentes porque muitos deles são células fagocitárias, especializadas em matar microrganismos e em fagocitar tecidos lesados para facilitar a reparação ou regeneração. Por essa razão, é fácil compreender que, quando os leucócitos são estimulados por agressões diversas, eles possam também produzir lesão nos tecidos invadidos. Do exposto, fica claro que a própria resposta defensiva (adaptativa) que o agente agressor estimula no organismo pode também contribuir para o aparecimento de lesões.
Em todas as agressões, as lesões têm um componente que resulta da ação direta do agente agressor e de um elemento decorrente da ação dos mecanismos de defesa acionados. Em muitas situações são os mecanismos de defesa, inatos ou adaptativos, os principais responsáveis pela lesão. É o que ocorre nas doenças de natureza imunitária e nas infecções, nas quais os mecanismos imunitários de defesa contra o agente infeccioso lesam também os tecidos.
Toda agressão gera estímulos que induzem, nos tecidos, respostas adaptativas que visam torná-los mais resistentes às agressões subseqüentes. Os estímulos geradores dessas respostas não são ainda bem estabelecidos, mas já se conhecem algumas reações muito conservadas na natureza. A expressão das proteínas do estresse, também chamadas proteínas do choque térmico (HSP, de Heat Shock Proteins), ocorre em todo tipo de célula frente às mais variadas agressões (daí o nome de proteínas do estresse). Tais proteínas induzem varias respostas adaptativas, como aumento da resistência à desnaturação de proteínas, aumento da estabilidade de membrana etc., aumentando assim a resistência das células às agressões.  




CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES


Ao atingirem o organismo, as agressões comprometem um tecido (ou um órgão), no qual existem: (a) células, parenquimatosas; (b) componentes intercelulares, interstício, ou matriz celular; (c) circulação sanguínea e linfática; (d) inervação. Após agressões, um ou mais desses componentes podem ser afetados, simultaneamente ou não. Desse modo, podem surgir lesões celulares, danos ao interstício, transtornos locais da circulação, distúrbios locais da inervação ou alterações complexas que envolvem muitos dos componentes teciduais ou todos eles. Por essa razão, as lesões podem ser classificadas nos cinco grupos a seguir, definidos de acordo com o alvo atingido, lembrando que, dada a interdependência entre os componentes estruturais dos tecidos, as lesões não surgem isoladamente nas doenças, sendo comum sua associação.
As lesões celulares podem ser consideradas em dois grupos: lesões letais e não letais. As lesões não letais são aquelas compatíveis com a recuperação do estado de normalidade depois de cessada a agressão; letalidade/ não letalidade está frequentemente ligada à qualidade, à intensidade e à duração da agressão, bem como ao estado funcional ou tipo de célula atingida. As agressões podem modificar o metabolismo celular, induzindo o acúmulo de substâncias intracelulares (degenerações), ou podem alterar os mecanismos que regulam o crescimento e a diferenciação celular (originando hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias, neoplasias). Outras vezes, acumulam-se nas células pigmentos endógenos ou exógenos, constituindo as pigmentações. As lesões letais são representadas pela necrose (morte celular seguida de autólise) e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise - morte celular programada).
As alterações do interstício (da matriz extracelular) englobam as modificações da substância fundamental amorfa e das fibras elásticas colágenas e reticulares, que podem sofrer alterações estruturais e depósitos de substâncias formadas in situ ou originadas da circulação. Os depósitos de cálcio e a formação de concentrações e cálculos no meio extracelular são estudados à parte.
Os distúrbios da circulação incluem: aumento, diminuição ou cessação do fluxo sanguíneo para os tecidos (hiperemia, oligoemia e isquemia), coagulação do sangue no leito vascular (trombose), aparecimento na circulação de substâncias que não se misturam ao sangue e causam oclusão vascular (embolia), saída de sangue do leito vascular (hemorragia) e alterações das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício.
As alterações da inervação apresentam lesões importantes, devido ao papel integrador de funções que o tecido nervoso exerce, mas na verdade, as alterações locais dessas estruturas são pouco conhecidas.
A lesão mais complexa que envolve todos os componentes teciduais é a inflamação. Esta se caracteriza por modificações locais da microcriculação e pela saída de células do leito vascular, acompanhadas por lesões celulares e do interstício provocadas, principalmente, pela ação das células fagocitárias e pelas lesões vasculares que acompanham o processo. A inflamação é a reação que acompanha a maioria das lesões iniciais produzidas por diferentes agentes lesivos.


Bibliografia
FILHO, Geraldo B; Bogliolo Patologia. 7ª Edição. Pgs 3 e 4. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2006.


Acadêmica: Karen Quevedo

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Diagnóstico Imunológico de HTLV TIPO I e II e Lupús Eritematoso

1. VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T DO TIPO I E II (HTLV I/II)

O vírus linfotrópico para células T humanas tipo I (HTLV-I) foi descoberto em 1980, isolado de células derivadas de paciente com linfoma cutâneo e mais tarde relacionado à leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL), doença descrita três anos antes no Japão. Pouco depois da descoberta do HTLV-I, em 1982 foi isolado outro retrovírus, o HTLV-II, isolado através de células esplênicas de paciente variante de leucemia. O HTLV-II tem semelhança com o HTLV-I em 66% das seqüências genômicas, havendo reações sorológicas cruzadas entre eles.
O HTLV-I pode infectar diversos tipos celulares como linfócitos B, linfócitos T, fibroblastos e monócitos, possuindo tropismo especial por células T CD4+ e o HTLV-II apresenta tropismo pelos linfócitos T CD8+ e secundariamente as células CD4+. A transmissão do HTLV-I/II no organismo ocorre, principalmente, célula a célula, onde ocorre a transferência do material viral de célula infectada para célula não infectada. Nesse tipo de transferência, o contato entre a célula infectada e a não infectada leva a polarização do centro de organização do microtúbulo, formando uma "sinapse virológica" entre as células envolvidas. Dessa forma, proteínas e genomas virais acumulam-se na área de contato entre essas células e, posteriormente, ocorre à transferência do material viral para a célula não infectada.

O aumento do número de células infectadas é a principal estratégia para a elevação da carga viral, de modo que a carga viral do HTLV-I/II é proporcional ao número de células infectadas.
A maior parte dos indivíduos infectados por HTLV-I ou HTLV-II permanece assintomáticos por toda sua vida, sabe-se que o HTLV-I é responsável por pelo menos duas síndromes: Leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL/L) e uma mielopatia crônica, conhecida como paraparesia espástica tropical ou mielopatia associada ao HTLV-I (HAM/TSP). Ainda não é conhecido o mecanismo oncogênico que determinam a evolução de indivíduos infectados com HTLV-I para o quadro de ATL/L. Mas sabe-se que os linfócitos infectados passam a expressar marcadores celulares de superfície, característicos de estado de ativação celular, podendo exibir proliferação celular espontânea. Considerando que a proteína viral p40tax apresenta ação transativadora sobre genes celulares relacionados à proliferação celular, admite-se que esta possa ter um papel importante na transformação celular dos linfócitos infectados.

A agressão ao tecido nervoso no quadro de HAM/TSP pode ocorrer devido a dois mecanismos:

  • Citotoxicidade de linfócitos CD8+ sensibilizados a proteínas virais sobre células gliais infectadas ou células CD4+ infectada;


  • Auto-imunidade: agressão de clones proliferados de células CD4+ infectados por HTLV-I à proteína básica da mielina por ação tóxica de citocinas.


1.1 Manifestações Clínicas



1.1.1 Leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL/L)

A ATL/L apresenta-se sob diferentes formas clínicas:
Aguda: com adenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, lesões osteolíticas, hipermalcemia e frequentemente manifestações cutâneas. No sangue periférico é encontrado elevado número de linfócitos atípicos, exibindo núcleos multilobulados (células ATL).
Crônica: linfonodomegalia e hetoesplenomegalia, acompanhadas de leucocitose. Presença de tosse, alterações cutâneas, calcemia. Presença de linfócitos atípicos de no máximo 10%.
Indolente: com manifestações exclusivamente dermatológicas. Evolução lenta. Presença de células ATL em 0,5% a 3%.
Linfomatosa: com linfonodomegalia acentuada, sem células atípicas em sangue periférico.



1.1.2 Paraparesia Espástica tropical ou mielopatia associada ao vírus HTLV (HAM/TSP)


É uma doença desmielinizante progressiva crônica que causa danos principalmente no cordão torácico-espinhal, e é mais freqüente nas mulheres. Os sintomas iniciais são fraqueza e rigidez dos membros inferiores.
Ainda não se sabe se a maior parte dos danos neurológicos ocorre no primeiro ano e infecção; indivíduos que após três anos do aparecimento dos sintomas inicias desenvolvem um quadro de paralisia unilateral, o tempo médio ate o confinamento em cadeira de rodas é de quatro anos.
Na leucemia de célula T pilosa, o DNA proviral HTLV-1 é encontrado predominantemente em células TCD8+, diferentemente do que se observa na leucemia pelo HTLV-1, em que são encontrados 90 a 99% do provírus em células TCD4+ CD8+.


1.1.3 Manifestações relacionadas ao HTLV-II

Embora tenha sido isolado em um paciente com leucemia atípica, não existe evidencia que seja o agente etiológico responsável. Mas casos recentes tem mostrado a participação do HTLV-II em casos de mielopatia crônicas, semelhantes ao HAM/TSP. Ainda existem evidências do HTLV-II em infecções com polineuropatias e quadros de mielopatia inflamatória.



1.2 Diagnóstico

O diagnóstico para HTLV-I/II é baseado na detecção sorológica de anticorpos circulantes específicos voltados a constituintes antigênicos das diferentes porções dos vírus. Como as infecções causadas por HTLV-I/II são de natureza perene, achado de anticorpos circulantes especificamente voltados a constituintes antigênicos virais indica o estado de portador da infecção.
A triagem para o HTLV utiliza reações de aglutinação em látex sensibilizada ou por ensaio imunoenzimático (ELISA), embora apresentem alta sensibilidade e especificidade, tais técnicas, quando empregadas em situações de rastreamento em populações de baixa prevalência infecciosa podem exibir baixo valor preditivo positivo e apresentar freqüentes reações falsas positivas. Por isso o diagnóstico exige confirmação através de Western blot.
Devido à semelhança entre os HTLV-I e HTLV-II ocorre reações cruzadas entre eles nos testes sorológicos realizados, assim se os indivíduos forem soropositivos são identificados como soropositivos para HTLV I/II, porém não se sabe qual é o HTLV é responsável pela infecção. Por ser necessário saber o tipo de HTLV causador, para melhor aconselhamento clínico ao paciente, realiza Western blot para identificar o tipo de HTLV.





2. LÚPUS ERITEMATOSO

O Lúpus Eritematoso é uma doença auto-imune reumática. Onde o colágeno pode assumir dupla importância: como alvo de reações auto-imunes e como tecido conjuntivo produzido em excesso.
Existem dois tipos de Lúpus Eritematoso. O Lúpus Eritematoso Bolhoso (LEB) que é uma doença vesicante epidérmica, caracterizada pela presença de auto-anticorpo para o colágeno de tipo VII. E o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) que é uma doença multissistêmica, caracterizada pela presença de múltiplos auto-anticorpos, incluindo os anticorpos antinucleares, anti-DNA natural, anti-histonas e anti-Sm.



2.1 Lúpus Eritematoso Bolhoso (LEB)

É uma doença vesicante epidérmica caracterizada pela presença caracterizada pela presença de auto-anticorpo para o colágeno de tipo VII na proteína da zona da membrana basal (ZMB). Os pacientes acometidos com uma combinação de vesículas, erosões, escaras, miliária e despigmentação da pele, mais comumente nas superfícies cutâneas extensoras expostas ao traumatismo, como joelhos, cotovelos e dorso das mãos e dos pés. Está sintomatologia também ocorre na Epidermólise Bolhosa Adquirida (EBA), então para realizar diagnóstico da doença é necessário exame laboratorial. Lembrando que o LEB também ocorre em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico.


2.1.1 Diagnóstico

O diagnóstico deve ser confirmado com exames laboratoriais. Que podem ser:



  • Por microscopia de imunoflurescência direta, os pacientes com LEB apresentam imunorreativos lineares na ZMB que mais comumente consistem IgG e C3. Por meio de biópsia direta da pele separada por cloreto de sódio, os imunorreativos lineares são localizados no aspecto dérmico, ou assoalho, da úlcera produzida;

  • Por microscopia de imunoflurescência indireta, existe uma dificuldade na localização de auto-anticorpos demonstráveis quando a pele humana está sem tratamento com sal. Os auto-anticorpos circulantes podem ser identificados em 50% a 85% dos pacientes quando é realizada a técnica da biópsia direta tratada com sal.


2.2 Lúpus Eritematoso Sistêmico

O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença multissistêmica que segue um curso flutuante, com exacerbações e remissões espontâneas. É identificada por suas manifestações clínicas e por uma variedade de auto-anticorpos circulantes. Em particular, os auto-anticorpos dirigidos contra componentes do núcleo celular desempenham importante papel diagnóstico e patogênico. O LES afeta 40 em 100.000 indivíduos da Europa setentrional ou caucasianos americanos. A incidência parece ser maior na população negra e ainda maior em orientais.



2.2.1 Patogenia

O quadro patogênico do LES relaciona-se fatores ambientais que interagem com genes de suscetibilidade, produzindo uma resposta imunológica hiperativa e auto-agressiva: os principais efetores da lesão tecidual consistem em auto-anticorpos imunocomplexos.
Com as acentuadas semelhanças entre um vírus e os alvos dos anticorpos encontrados no LES, uma das explicações mais freqüentes para o mecanismo de desenvolvimento da doença consiste num processo que envolve o mimetismo molecular entre microorganismos e os constituintes “próprios”. Os auto-anticorpos encontrados LES são produzidos por linfócitos B que sofreram rearranjos gênicos e mutações somáticas típicos de uma resposta desencadeada por um antígeno. Parece haver também uma desregulação generalizada dos linfócitos B, resultando na produção de grandes quantidades de auto-anticorpos, os quais lesam as células e tecida através de sua ligação direta às membranas celulares ou da formação de imunocomplexos que se depositam.
O papel lesivo dos auto-anticorpos antiplaquetários na trombocitopenia, observado em paciente com LES, encontra-se bem estabelecido, enquanto foram implicados dos auto-anticorpos antineuronais nas manifestações neurológicos do lúpus. Os anticorpos antilinfócitos não apenas são responsáveis pela linfopenia generalizada observada no lúpus, como também pela depleção seletiva dos linfócitos T imunorreguladores, cujo papel é restringir as reações auto-imunes. E após, estabelece um círculo vicioso de imunorregulação deficiente, auto-imunidade, anticorpos antilinfócitos e deficiência da imunorregulação.
Os auto-anticorpos anticardiolipina-circulantes são agentes patológicos adicionais; reagem com componentes fosfolipídicos (dos quais a cardiolipina é um dos principais) e estão envolvidos na trombose arterial e venosa, bem como no aborto espontâneo
Os imunocomplexos de auto-anticorpo e auto-antígeno alojam-se em tecidos altamente vascularizados, como o glomérulo renal. A potogenicidade destes complexos aumenta com a crescente capacidade do anticorpo de fixar o complemento: o tamanho dos complexos, a sua carga e depuração (que depende de receptores de C4 e do complemento funcionais) é importante por influenciar a deposição nos tecidos.
O número de CR1 (receptor do complemento 1) é reduzido na superfície dos eritrócitos de pacientes com lúpus: tal defeito, que costuma ser adquirido, mas é, algumas vezes, herdado no SLE, impede a liberação de toda a carga de imunocomplexos ao sistema mononuclear fagocítico no interior do fígado e do baço. A natureza catiônica do DNA nos imunocomplexos do lúpus facilita a ligação às paredes capilares no interior do glomérulo.

2.2.2 Manifestações clínicas ou conseqüências no organismo

O LES é uma doença multissistêmica que pode afetar quase todos os órgãos. Sendo algumas manifestações habituais e outras raras. A gravidade das manifestações clínicas é variável e alteram conforme os períodos de relativa quiescência.
Manifestações musculoesqueléticas: Artralgias e artrite, de natureza migratória, afeta praticamente todos os pacientes. Raro haver lesão na coluna.
Manifestações cutâneas: eritema malar sobre as bochechas e a ponte do nariz é típico, porém ocorre em um terço dos pacientes. Freqüente em áreas expostas aos sol (pescoço, braço, pernas)
Manifestações renais: grande parte dos pacientes apresenta depósitos de imunoglobulinas nos glomérulos, apresentando um glomerulonefrite (presente em 50% dos casos), incluindo uma doença profilerativa focal leve até uma doença proliferativa difusa agressiva.
Manifestações neurológicas: Pode ser afetada qualquer região do SNC, e as manifestações vão desde psicose e convulsões até síndromes cerebrais orgânicas.
Manifestações cardiopulmonares: pode ocorrer pericardite, anormalidade valvulares, derrame pleural também é comum.
Manifestações vasculares: estas complicações afetam vasos de qualquer calibre, encontrado geralmente associado a anticorpos antifosfolipídios. A vasculite retiniana constitui uma grave manifestação ocular.



2.2.3 Manifestações imunológicas laboratoriais

O anticorpo antinuclear (ANA) constitui a característica soro-imunológico essencial do LES. Com o decorrer do tempo, é certo considerar que todos os pacientes com LES irão apresentar este anticorpo no soro. O ANA é detectado utilizando a técnica de imunoflurescência indireta, na qual o soro diluído do paciente é aplicado a uma preparação tecidual- ou preparação de células-, em que os núcleos são proeminentes.
Quatro padrões de ANA podem ser facilmente reconhecidos na imunoflurescência:
1° Padrão homogêneo: este padrão é produzido por um anticorpo dirigido contra proteínas relacionadas às DNA, as histonas;
2° Padrão heterogêneo: este padrão corresponde a uma variedade de anticorpos dirigidos contra outros antígenos no núcleo. Estes antígenos foram coletivamente denominados antígenos nucleares extraíveis (ENA) e são normalmente detectados por imunodifusão ou por técnicas de ELISA.
3° Padrão periférico: tradicionalmente, o padrão periférico de coloração do ANA corresponde ao anti-DNAdf, embora este aspecto seja controvertido. Os anticorpos dirigidos contra proteínas do envoltório nuclear, como as lâminas, também são responsáveis pelo padrão periférico.
4° Padrão nucleolar: este padrão nucleolar é raro no LES, sendo mais associado à esclerose sistêmica.
O ANA é um teste muito sensível para LES, e sua presença, frequentemente em altos títulos, é observada em praticamente todos os pacientes. A especificidade em relação LES é relativamente baixa, devido a este anticorpo estar presente em outras doenças reumáticas, como na hepatopatia auto-imune, nas infecções virais e, em certas ocasiões, nos indivíduos normais em baixos títulos.




2.2.4 Diagnóstico

O LES é um distúrbio caracterizado sorologicamente pela presença de múltiplos auto-anticorpos, incluindo os anticorpos antinucleares, anti-DNA natural, anti-histonas e anti-Sm.
Por meio de microscopia de imunoflurescência direta (MIFD) pode-se observar depósitos granulares e contínuos de imunoglobulina e complemento ao longo da zona da membrana basal (ZMB) epidérmica em 50% a 95% dos pacientes com LES. Os depósitos na ZMB do complexo de ataque à membrana do sistema complemento, C5b-9, na pele lesional podem ser um marcadores de LES. Embora os depósitos de IgG, IgM e de componentes do complemento (C3 e/ou C1q) sejam mais comumente encontradas nesse pacientes, pode haver deposição de imunoglobulinas de todas as demais classes. Quando a pele não lesional apresenta concomitantemente as imunoglobulinas IgG, IgA e/ou IgM no padrão típico, o diagnóstico de LES é fortemente sugestivo.
Embora característica, essa reação também é encontrada em distúrbios como doença mista do tecido conjuntivo. Portanto, é de fundamental importância o estabelecimento de uma correlação dos resultados por MIFD com a apresentação clínica e os resultados das biópsias de pele sob microscopia óptica desses pacientes. As informações devem ser interpretadas no contexto de achados diretos do paciente individual a fim de classificar o tipo clínico de LES.
















BIBLIOGRAFIA:

LIVROS:



  • PEAKMAN, Mark. Imunologia Básica e Clínica. 2ª Edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro,1999.

  • HENRY, John B; Diagnósticos clínicos e tratamentos por métodos laboratoriais. 20ª Edição. Manole, 2008.

  • SHARON, Jacqueline. Imunologia Básica.1ª Edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro,2000.

  • FOCACCIA, Robert. Veronesi: Tratado de Infectologia. Vol. 1. 3ª Edição. Atheneu. São Paulo, 2006.

INTERNET:


  • BITTENCOURT, Achiléa L. [et al]. Leucemia/ linfoma de células T adulto. Acesso: www.scielo.br

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO PARA TOXOPLASMOSE E RUBÉOLA

1. TOXOPLASMOSE


1.1 Doença e Manifestações clínicas

A Toxoplasmose é uma doença parasitária infecciosa, onde seu agente casual é o Toxoplasma gondii, um parasito intracelular, capaz de infectar tanto mamíferos como aves, inclusive o homem. Todas as fases do ciclo de vida ocorrem nos felinos, mas somente os estágios de trofozoíto e cisto ocorrem em humanos e outros hospedeiros intermediários.
A transmissão ocorre pela ingestão de carne mal cozida, que contém cistos teciduais, ou pela ingestão de oocistos infectantes em alimentos ou água contaminada com fezes de gatos. A doença a maioria das vezes é assintomática. Possui larga distribuição geográfica ocorrendo tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. A infecção nas pessoas imunocomprometidas pode apresentar complicações graves. A infecção in útero pode resultar em infecção congênita grave com seqüelas ou natimortos.
A maioria das infecções agudas é assintomática ou mimetiza outras doenças infecciosas, nas quais febre linfodenopatia são proeminentes. A infecção congênita pode ocorrer quando a mãe desenvolve a infecção aguda durante a gestação. O risco de infecção de recém-nascido não está relacionado à presença ou ausência de sintomas na mãe, mas a gravidade da infecção depende do período de gestação em que o contágio ocorre. Morte intra-uterina, microcefalia ou hidrocefalia com calcificação intracraniana podem ocorrer quando a infecção é adquirida na primeira metade da gestação. As infecções na segunda metade da gestação geralmente são assintomáticas ao nascimento, embora febre, hepatosplenomegalia e icterícia possam aparecer. Coriorretinite, retardo psicomotor e distúrbios convulsivos podem se manifestar meses ou anos depois.
Em indivíduos imunossuprimidos, especialmente aqueles com AIDS, apresentam infecções do SNC. Outras manifestações clínicas e patológicas incluem pneumonite, miocardite, renite, pancreatite ou orquite.


1.2 Diagnóstico Imunológico

Existem outros métodos de diagnóstico, mas o imunológico ainda é o mais realizado. A sorologia continua sendo a principal abordagem no diagnóstico da toxoplasmose.
O teste com o corante de Sabin-Feldman e o ensaio de IF (imunofluorescência) são padrões com os quais os demais métodos são comparados, embora o primeiro seja realizado em poucos centros. Os teste de EIA (ensaio imunoenzimático) estão comercialmente disponíveis e resultados são semelhantes a IF.
Os teste para anticorpos IgM específicos são especialmente úteis para o diagnóstico de infecção congênita e aguda, mas o conhecimento das limitações do exame, particularmente da ocorrência de reações falso-positivas, é extremamente importante. A persistência de anticorpos IgM específicos, algumas vezes por um ano ou mais, também, é problemática e deve ser interpretada em conjunto com os resultados da dosagem de anticorpos IgG. Tendo em vista que muitas pessoas apresentam infecção assintomática, títulos baixos de IgG é de pouco significado. Os títulos em pacientes com infecções oculares crônicas também pode estar baixo.
Pacientes imunocomprometidos, aqueles com AIDS, apresentam anticorpos IgG preexistentes específicos, embora os títulos possam ser baixos, e raramente é observada IgM. A interpretação dos títulos de IgM e IgG varia conforme a metodologia do teste e o fabricante. O laboratório que realiza o exame deve fornecer os critérios necessários para a interpretação

2. RUBÉOLA


A rubéola (sarampo alemão) geralmente produz uma febre branda e uma erupção transitória em crianças e em adultos. O vírus da rubéola circula pela via hematogênica, mesmo nos casos brandos, e a disseminação virêmica transplacentária durante o primeiro trimestre da gravidez pode produzir má formação teratogênicas cardíacas, oculares e cerebrais desvastantes.
Quando há suspeitas de rubéola aguda em uma mulher grávida, o método mais direito e seguro de diagnóstico consiste em detectar os anticorpos IgM anti-rubéola no soro da mulher, por ELISA ou IFA.
O método de ELISA é o mais realizado devido sua sensibilidade e facilidade, sendo realizado da seguinte forma:
PASSO: Colocar o soro do paciente em placas de microtitulação sensibilizadas com anticorpo reagente, se o soro apresentar antígeno se ligará ao anticorpo da fase sólida (ELISA captura), um segundo anticorpo é conjugado com uma enzima e é colocado no poço tendo a capacidade de se ligar ao antígeno;
PASSO: Após o segundo anticorpo ser adicionado, será realizada uma lavagem para eliminar os anticorpos não ligados, depois é adicionado o substrato da enzima que irá reagir produzindo um produto colorido que é verificado em espectrofotometria.





BIBLIOGRAFIA

  • HENRY, John B; Diagnóstico clínicos e tratamentos por métodos laboratoriais.
    20ª Edição. Manole, 2008;
  • COURA, Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias, 2º volume. Guanabara Koogan, 2005.

ACADÊMICA:

Karen Quevedo

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

1. HEPATITES VIRAIS (A E B): DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO E A RELAÇÃO DA IgM E IgG COM A PRESENÇA DA DOENÇA

1.1. A hepatite A

É uma infecção assintomática e clinicamente fulminante, causada por um vírus da família Hepatovvirus. A doença aguda pode perdurar até seis meses e, embora a doença não evolua para uma fase crônica, pode haver complicações provindas da hepatite A. Já houve caso descrito de uma forma colestática que podia perdurar mais de seis meses. Rash cutâneo incluindo urticária, crioglobulinemia, síndrome de Guillain-Barré, meningoencefalite, insuficiência renal, síndrome de Reye, hepatite auto-imune e complicações hematológicas e cardiovasculares associadas à infecção pelo HVA.
As hepatites fulminantes são comuns, associadas com quadro ictérico e deterioração da função hepática, inércia, encefalopatia e coma. As formas inaparentes ou anictéricas estão relacionadas à idade do paciente, sendo que, quanto mais idade maior será a chance de ocorrer agravamento da doença.
O período de incubação é de 15 a 50 dias seguido de fase pré-ictérica, que precede o aparecimento dos sintomas e a elevação das taxas de enzimas hepáticas. A sintomatologia é caracterizada por febre, náuseas, vômito e dor abdominal, cansaço, acompanhados dos sinais mais específicos como a icterícia, acolia fecal (fezes claras) e colúria (urina escura) provindo da excreção de pigmentos de bilirrubinas.


1.1.1. Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico laboratorial utiliza-se da detecção dos marcadores sorológicos que acompanha o curso da doença pelo HAV.
·           Anti-HAV IgM: É um marcador de infecção aguda, aparecendo em torno de quatro semanas após a infecção. Mesmo período em que começam os sintomas e o aumento dos níveis máximos de ALT (alanina-ammino-transferase).
·           Anti-HAV IgG: É detectado logo após o IgM. O IgG é um anticorpo de longa duração e sua presença indica exposição prévia ao HAV e imunidade.
·           HVA-RNA: É um marcador de fase aguda da hepatite, aparecendo antes do anti-HAV IgM, que pode estar presente até duas semanas após o inicio dos sintomas, mas que nas formas reincidentes ou arrastadas podem durar até seis meses depois do surgimento dos sintomas.
Testes moleculares também podem ser feitos para que a doença seja diagnosticada precocemente, quando o anticorpo IgM anti-HAV ainda não pode ser detectados por testes sorológicos.

1.2. Hepatite B

É uma infecção no fígado causada pelo vírus HBV da família Hepadnaviridae , onde a maioria dos infectados não apresentam sintomatologia enquanto outra parte apresenta manifestação que variam de brando e transitório a grave e controlado. A taxa de sintomatologia dependerá da idade do infectado. A maioria dos pacientes adultos se recupera, porém, uma menor parte desenvolve uma forma fulminante que pode se desencadear em óbito ou em hepatite crônica com possibilidade de evoluir para cirrose e hepatocarcinoma.

1.2.1. Hepatite B aguda

O surgimento do quadro agudo acompanhado de icterícia é comum; na fase pré-icterícia a sintomatologia é febre, mal-estar, fadiga mialgia, anorexia, náuseas e vômito. A perda de peso e a dor no quadrante superior esquerdo associada à hepatomegalia. Já a fase ictérica há colúria e desenvolvimento de icterícia na pele, mucosas e esclerótida, que adquirem uma tonalidade amarela.
Os testes da função hepática são fundamentais para o diagnóstico clínico. Na fase aguda os níveis de alanina e de aspartato aminotransferase, que podem se elevar em até três vezes, sendo a primeira mais elevada do que a segunda. Além disso, surgem algumas alterações inespecíficas como elevação de bilirrubinas, fosfatase alcalina e uma pequena linfocitose.
O tempo delongado de protrombina vem de uma desestruturação da função hepática e predispor a um quadro de hepatite fulminante, que pode resultar em necrose maciça dos hepatócitos, rapidamente encefalopatia e falência múltipla de órgãos. Normalmente a IgM anti-HBc está presente, embora a HBsAg e a  HBeAg nem sempre podem ser detectadas.
Essa infecção aguda tem como resolução a presença de anticorpo antiviral e linfócitos T citotóxicos. Os indivíduos curados ainda apresentam níveis elevados de anticorpos anti-HBs, traços de HBV-DNA na circulação e periférica e no tecido hepático.

1.2.2. Hepatite B crônica

São considerados portadores crônicos os que mantêm algum nível de HBsAg por pelo menos seis meses. A sintomatologia é inespecífica, podendo ser uma pequena alteração na alanino transferase e apresentando marcadores sorológicos como o HBV-DNA e HBeAg/anti-HBe.
Há risco de desenvolvimento de câncer hepático por mecanismos que ainda não são bem conhecidos. Têm-se indícios de dois fatores contribuintes para a formação de um câncer: o vírus podem expressar proteínas com capacidade oncogênica, como a HBx, ou então uma capacidade de interação do DNA viral na célula hospedeira.

1.2.3. Diagnóstico laboratorial

Os testes bioquímicos de rotina para averiguar a função hepática (níveis séricos das aminotransferases — ALT/TGO e AST/TGP) não são específicos pára hepatites, mas indicam quadro agudo sintomático de hepatite viral.
Assim como em outras hepatites o testes sorológicos e moleculares são essenciais para diferenciar o agente etiológico e parta o acompanhamento da evolução do quadro.

1.2.3.1 Marcadores sorológicos pesquisados no diagnóstico da hepatite B aguda

·      HBsAg: é o primeiro marcador que aparece durante uma infecção por HBV. Na hepatite aguda ele declina a níveis indetectáveis.
·      Anti-HBc IgM: é o marcador de infecção recente, encontrado até seis meses após a infecção. No caso crônico, ele aparece enquanto houver replicação viral.
·      Anti HBc IgG: marcador de longa duração, presentes em infecções agudas e crônicas e significa contato prévio com o vírus.
·      HBeAg: é liberado no soro durante a replicação viral, indicando alta infecciosidade.
·      HBV-DNA: durante a fase de replicação seu nível está acima de 105 cópias/ml.
·      Anti-HBe: surge após o desaparecimento do HBeAg.
·      Anti-HBs: é o único que significa o ganho da imunidade ao HBV. Surge no soro após o desaparecimento do HBsAg, indicando a cura e a imunidade.

1.2.3.2. Marcadores sorológicos pesquisados no acompanhamento de pacientes com hepatite B crônica

·      HBsAg: Sua presença por mais de seis meses inca a hepatite crônica.
·      HBeAg: está presente enquanto ocorre a replicação viral.
·      Anti-HBe: em hepatites crônicas e assintomáticas a presença sugere a diminuição da replicação do vírus, tendo melhora bioquímica e histológica.
·      HBV-DNA Quantitativo: como o HBV-DNA pode ser detectado em qualquer fase da doença, então, para monitorar o tratamento é necessário quantificar.


BIBLIOGRAFIA
COURA, Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias, 2º volume. Guanabara Koogan, 2005.


Acadêmica: Frantiesca Vargas

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE E ALERGIA

Com a função de defender o hospedeiro, o sistema imunológico dispõe de moléculas e mecanismos efetores destruidores e potencialmente letais. Em sua maior parte, estes processos são bem controlados. Assim, uma resposta imunológica dirigida contra determinado patógeno resulta na depuração do microrganismo e resolução de qualquer processo inflamatório. Entretanto em algumas circunstâncias, não ocorre resolução, e observa-se a ocorrência de uma resposta imunológica exagerada ou persistente, provocando lesão tecidual.
Em outros casos, o estimulo desencadeante é uma molécula inócua, ignorada pelo sistema imunológico da maioria dos indivíduos, porém capaz de iniciar, em alguns, uma resposta imunológica que produz lesão tecidual e, até mesmo, a morte do hospedeiro. Estas reações exageradas e inapropriadas são descritas pelo termo reações de hipersensibilidade.



A PATOGENIA DA DOENÇA ALÉRGICA



A resposta alérgica possui diversos componentes: o alérgeno, o estado de reatividade do hospedeiro e as influências genéticas e ambientais. Nos últimos anos, se tornaram evidentes que as manifestações não dependem somente da desgranulação dos mastócitos e reação de hipersensibilidade imediata.
Os distúrbios alérgicos também se caracterizam por uma conseqüência que ocorre através de vários dias de exposição ao um mesmo fator alérgico. E estas reações imunológicas procedem no resultado indireto na desgranulação dos mastócitos possuindo implicações patogênicas e clínicas.



ALÉRGENO


A alergia significa reatividade alterada, é um termo utilizado com demasiada freqüência. A alergia pode ser definida como um estado de maior reatividade do sistema imunológico a substância estranhas. O uso do termo “alérgico” será restrito as reações iniciadas, quando a IgE ligada aos mastócitos interage com seu antígeno-alvo, conhecido como alérgeno. As doenças alérgicas que provocam maior morbidade e mortalidade são a asma, uma doença pulmonar crônica; a rinite alérgica (a rinite alérgica sazonal é a “febre de feno”); o eczema e a urticária (distúrbios cutâneos); e a anafilaxia generalizada.



O FATOR HEREDITARIEDADE


A tendência a reações alérgicas possui forte componente hereditário, tendo sido denominada atopia, mais facilmente definida pela presença de uma reação de hipersensibilidade do tipo 1contra um alérgeno, geralmente demonstrado no teste cutâneo de escarificação; tal estado potencialmente alérgico não precisa resultado em doença. Dois, um ou nenhum dos pais atópicos transmitem o caráter atópico a seus filhos com um risco de 75%%, 50% e 15%, respectivamente e 20% a 30% da população exibem atopia.
A natureza daquilo que é exatamente herdado pelos indivíduos atópicos e, por conseguinte, dos componentes que predispõem a alergia é complexa.



O FATOR AMBIENTAL


Os fatores ambientais desempenham claramente um papel. A prevalência da asma, do eczema e da rinite alérgica duplicou em crianças de 12 anos de idade numa comunidade do sul de Gales entre 1973 e 1988, sem qualquer alteração fundamental na constituição genética dos habitantes. A asma é mais comum na segunda geração de imigrantes das índias Ocidentais nascidos no Reino Unido em comparação com os pais criados no exterior, Conforme assinalado é possível que o ambiente comece a ter um efeito durante a vida fetal.
A alergia é uma doença suficientemente comum e emocional, para que, à medida que vão sendo propostos ou identificados mais fatores ambientes predisponentes, as famílias de alto risco passem a modificar seu comportamento. Por conseguinte, é importante que haja pesquisas contínuas, a fim de examinar tais associações.



TIPOS DE REAÇÕES ALÉRGICAS



Existem 4 tipos básicos de reações alérgicas ou mecanismos imunológicos causadores de hipersensibilidade e doença:



Tipo I ou anafilático

É uma reação mediada por substâncias, principalmente histamina, em células de mucosa respiratória, mucosa intestinal e da epiderme, em células do sangue (mastócitos ou basófilos). Outros mediadores são sintetizados à medida que a reação progride, aparecendo substâncias dotadas de alto poder inflamatório. A reação inicial caracteriza-se por edema, contração da musculatura lisa e inflamação. São bons exemplos disso a rinite alérgica, certos tipos de Asma Brônquica aguda, reações alérgicas de tipo imediato a drogas, etc.


Tipo II ou citotóxico

É uma reação que ocorre, por exemplo, em algumas doenças auto-imunes como a tireoidite, onde a pessoa forma anticorpos contra elementos (órgãos e tecidos) de si próprio.



Tipo III ou imunocomplexos

É uma reação que se caracteriza pela formações de complexos antígeno-anticorpo (imunocomplexos), os quais se depositam em tecidos ou caem na circulação. Os imunocomplexos atraem mediadores da inflamação, o que determina lesões localizadas em certos órgãos ou difusas, como é o caso da glomerulonefrite, artrite reumatóide, lupus, etc.


Tipo IV ou celular

É uma reação mediada por linfócitos e seus produtos, as linfocinas, liberadas diante do contato com o antígeno, cujo exemplo típico é a reação tuberculínica, encontrando-se este mecanismo também na rejeição a transplantes e nas chamadas dermatites de contato. Portanto, é a mais tardia delas.



ALERGIA CLÍNICA


Aproximadamente dois terços dos indivíduos atópicos, definidos pela obtenção de um resultado positivo no teste cutâneo com alérgenos, apresentam doença alérgicas clínica, cuja prevalência é de 15% a 20%. Ambos os sexos são igualmente afetadas. As reações alérgicas vão desde uma irritação mínima até uma condição potencialmente fatal. Em certas ocasiões, produzem morte, geralmente em decorrência da asma e, mais raramente, de picadas de vespas e abelhas, ou alergia alimentar. A doença alérgica é responsável por até um terço das ausências na escola devido à doença crônica, estimando-se que uma das doenças mais comuns, a asma, seja responsável pela morte de duas mil pessoas no Reino Unido anualmente, das quais 40 a 45 são crianças.



DIAGNÓSTICO


O diagnóstico de doença alérgica é estabelecido durante a anamnese, ocasião em que se torna possível efetuar uma boa estimativa sobre a natureza dos alérgenos. O momento da ocorrência pode estar relacionado com uma alergia sazonal ou exposição à poeira doméstica, ou histórico familiar, exposição a animais o fator desencadeante é desconhecido.
Geralmente, efetua-se um teste cutâneo contra um amplo painel de antígenos, com resultados quase sempre positivos. Em sertãs ocasiões, os testes cutâneos revelam sensibilização a alérgenos não reconhecidos pelo paciente, o que pode ajudar a evitá-los.



TRATAMENTO


O tratamento de primeira linha consiste evitar o alérgeno, sendo esta medida seguida do uso de fármacos. Em algumas doenças alérgenas, a opção final pode consistir em dessensibilização (também denominada hipossensibilização ou imunoterapia).
Medidas preventivas como armazenar e trocar roupas de cama para evitar ácaros, limpeza regular, evitar o contato com substâncias alérgicas ajudam a evitar crises alérgenas.





BIBLIOGRAFIA



PEAKMAN, Mark e VERGANI, Diego. Imunologia Básica e Clínica. Segunda Edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro,1999





Acadêmica: Karen Quevedo


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