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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ascaríase (Ascaris lombricóides)


Morfologia

Os vermes adultos são longos, cilíndricos e com extremidades afiladas, sendo que as fêmeas são maiores do que os machos. O comprimento deles irá depender da quantidade de vermes que parasitam o hospedeiro, no caso de pouca quantidade as fêmeas podem chegar a quarenta centímetros e os machos a trinta centímetros.
A boca é exatamente centrada na extremidade inferior e possui três lábios grandes (um dorsal e dois látero-ventrais), as quais possuem papilas sensoriais. O esôfago é musculoso, cilíndrico e desemboca no reto, uma estrutura flanqueada por músculos depressores. Tem encontro com o exterior através do ânus, uma fissura transversal na extremidade posterior. O aparelho genital da fêmea é duplo e do tipo tubular, ocupando grande parte da cavidade pseudocelômica (ela libera cerca de 200.000 ovos diariamente). O aparelho genital masculino é formado por um testículo, que é um enovelado tubular e longo. Como anexos das genitálias se encontram os espículos, sendo eles grossos, curvos e iguais.

Reprodução e ciclo biológico

A fêmea é fecundada várias vezes pelo macho, os espermatozóides se acumulam nos úteros ou nos ovidutos para fecundarem os ovos. Os ovos são liberados pela fêmea no jejuno e íleo do hospedeiro. Esses ovos contêm célula germinativa não-segmentada, citoplasma com fina granulação, ainda envolvido por uma casca grossa composta por três camadas.
O hospedeiro libera esses ovos através das fezes. No meio exterior ocorre o embrionamento, sendo que necessita de oxigênio. O futuro hospedeiro ingere essa forma infectante, que eclodem no intestino delgado. Essas larvas são chamadas de larvas rabditóide, em seguida desenvolvem-se e se tornam larvas filarióides. Estas larvas são aeróbias e não conseguem se desenvolver na cavidade intestinal; por esse motivo essas larvas penetram pela mucosa, atingindo a circulação sanguínea ou linfática. É uma forma que elas usam para chegar ao coração, em seguida aos pulmões. Então atravessam os capilares que dividem as paredes alveolares. Chegam aos brônquios, onde são levadas pelos movimentos ciliares, juntamente com o muco, para a traqueia e laringe. Nesse estágio o parasita causa desconforto, assim o hospedeiro pode cuspi-lo ou então engoli-lo. Se engolir, o parasita retornará ao intestino, onde se torna adulto e se reproduz.

Nutrição e Metabolismo

Eles se alimentam de materiais semi-digeridos que são encontrados no intestino, sendo que contêm enzimas necessárias para a digestão de proteínas, carboidratos e lipídios. Mesmo sendo aeróbio facultativo, seu metabolismo é praticamente anaeróbio devido à escassez de oxigênio nesse meio. Contém completa via de Embden-Meyerhof, ciclo incompleto dos ácidos tricarboxílicos e sem o sistema do citocromo. Ele oxida o NADH2.

Sintomatologia

            Fase De Invasão Larvária: Tudo irá depender da quantidade de parasitas. Se forem poucos o hospedeiro não terá hipersensibilização, assim as reações hepáticas não terão tanta importância, e a reação pulmonar será silenciosa.  
            No caso contrario, ocorrerão focos hemorrágicos e pontos de necrose onde larvas retidas são destruídas, tendo reação inflamatória. Nas crianças pode ocorrer a síndrome de Loeffler, onde há febre, tosse e eosinofilia. Um exame radiológico dos pulmões pode demonstrar manchas, que desaparecem espontaneamente.
            Infecção Intestinal: os parasitas podem permanecer no intestino do hospedeiro durante bom tempo sem manifestações clínicas, sendo descobertos quando um verme é eliminado junto com as fezes ou em exames coproscópicos.
 No caso de haver sintomas eles são: desconfortos abdominais, com náuseas, cólicas intermitentes, dor epigástrica e má digestão, perda de apetite e emagrecimento, sensação de coceira no nariz, irritabilidade, sono intranqüilo e ranger os dentes durante a noite. Em pessoas mais sensíveis pode haver reações alérgicas.

Diagnóstico

Exame de Fezes: nos detritos do hospedeiro são encontrados ovos do parasita.
Métodos Imunológicos: na maioria dos casos esse método não é satisfatório e não podem eliminar o exame de fezes. São indicados na fase migratória, nas infecções apenas por machos ou quando o exame de fezes não for informativo suficientemente.

Tratamento

Para o tratamento da ascaríase temos alguns medicamentos eficientes. Os principais são: Albendazol, Mebendazol, Pirantel, Levamisol, Piperazina
No entanto esses anti-helminticos são ineficazes contra parasitas fora do intestino. Sendo assim, nas infecções larvárias o tratamento é cirúrgico.

Epidemiologia

Ela se distribui em regiões tropicais e temperadas, incidindo de forma intensa em locais de clima quente e úmido. As condições sanitárias da população também interferem na transmissão do parasito.
Em localidades onde o clima é árido e semi-árido a população é menos afetada, no entanto, pela existência do microclima a incidência pode ser aumentada mesmo em oásis ou em vales úmidos.  A prevalência mundial gira em torno de 30%, mas é desigual conforme as regiões. A mortalidade é em torno de 20 mil óbitos  por ano na Africa, Asia e América Latina.


Bibliografia

·         REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica, 2ª edição, páginas 250 a 255. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
·         REY, Luis. Parasitologia, 3ª edição, páginas 562 a 572. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.



Acadêmica:
Frantiesca Vargas

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