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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

AMEBÍASE



É uma parasitose intestinal e extra-intestinal humana cujo agente etiológico é a Entamoeba histolytica. É uma doença que afeta em âmbito mundial, mas sua manisfestação varia muito e a identificação da espécie causadora ainda nos mostra muitas incógnitas. Por isso ouvimos falar do “complexo histolytica”, onde não vemos como uma espécie e sim um complexo de espécies com manifestações clinicas distintas. Hoje podemos reconhecer duas espécies presentes nesse complexo: Entamoeba dispar e da E. hartmanni. Com isso diminuiu-se um pouco dessa polêmica sobre as espécies.

EPIDEMIOLOGIA

Afeta mundialmente; seu foco infeccioso é um portador do parasita assintomático ou não, que eliminam os cistos nas fezes; os cistos podem estar presentes nos alimentos e água, até mesmo nas mãos. Esse cisto deve ser ingerido para que infecte um novo hospedeiro.

BIOLOGIA

A contaminação ocorre através de água contaminada com cistos (forma mais freqüente) e pela ingestão de cistos em alimentos.
O ser humano é contaminado após ingerir cistos tetranucleados, provindo de fezes de um portador da E. histolytica. O ciclo biológico ocorre em apenas um hospedeiro e por essse motivo chamamos de ciclo monoxênico.
Os cistos chegam ao estômago e resistem ao suco gástrico; durante o percurso até o final do intestino delgado, esses cistos tetranucleados darão origem a quatro amebas com apenas um núcleo. Essa fase chama-se metacística. Essas amebas pequenas sofreraão divisão binária e se duplicarão, ao final tendo oito trofozoítos metacísticos; esses irão para o intestino grosso e, aderidos à mucosa, colonizarão se multiplicando sempre por divisão binária, buscando seus nutrientes em de detritos e bactérias locais.
Alguns trofozoítos irão expulsar seus vacúolos, desidratar e formar pré-cistos com um único núcleo (ovais ou redondos e já se torna visível os corpos cromatóides). Depois os pré-cistos diminuem seu tamanho e secretam uma parede cística; seu núcleo se divide duas vezes e se torna tetranucleado (o cisto maduro).

MORFOLOGIA

Trofozoíto
Ele possui pseudópodas (falsos pés) espessos e hialinos. Chamamos também de ameba pleomórfica (sem forma definida). Na maioria das vezes mede de 20 a 40 mm, mas podem ser maiores. Sua membrana celular é bem delicada.
Normalmente é redondo e ainda podemos ver o núcleo, o endoplasma e o ectoplasma facilmente. Podemos ver alguns rios partindo do núcleo e indo até a cromatina periférica, dando a aparência de uma "roda de carroça".

Pré-cisto
É mais redondo e menor que um trofozoíto. Geralmente  é visível corpos cromatóides ( parecidos com charutos).

Cisto
Contem dois a quatro núcleos e a sua forma é oval; seu diâmetro varia entre 8 e 20 mm, contendo dois ou quatro núcleos. Em testes ele aparece claro num tom amarelo, sua membrana cística refringente. Cora-se com os cistos com lugol para tornar os núcleos mais visíveis. E outras estruturas em castanho (corpos cromatóides, vacúolo ou reserva de glicogênio).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A maioria das infecções é assintomática e seus portadores so descobrem e exames de fecais de rotina. Quanto às formas sintomáticas temos:

Colite Não-disentérica
  • ·         O paciente apresenta fezes pastosas, com ou sem muco e sangue;
  • ·          Manifestando dor - cólica intestinal.

Colite Disentérica
  • ·         Dor abdominal inesperadamente;
  • ·         Febre;
  • ·         Fezes líquidas e freqüentes;
  • ·         Tenesmo (esforço para defecar sem realmente haver fezes)
  • ·         Causa desidratação, lesão tecidual e óbito em torno de dez dias.


Amebíase Extra-intestinal
  • ·         Há poucos casos registrados no Brasil;
  • ·         Necrose hepática e dor na região;
  • ·         Febre (38 a 40°C);
  • ·          Hepatomegalia;
  • ·         Anorexia;
  • ·         Outras localizações: pleuropulmonares e as pericárdicas, em geral provindas das lesões;
  • ·         Já foram registrados casos de infecções do SNC que causam distúrbios neurais característicos e lesões cutâneas.


DIAGNÓSTICO

O objetivo é ver o parasita na sua forma cística ou trofozoítica, ou então detectar a resposta imunológica do organismo. Nos dois casos podemos ter um resultado preciso.

TRATAMENTO

Existem três tipos de amebicidas: os que têm ação na luz intestinal, os que atuam nos tecidos e os que atuam em qualquer das localizações.
Amebicidas da Luz Intestinal: derivados da quinoleína, antibióticos entre outros derivados furoato de diloxamina.
Amebicidas Teciduais: derivados de cloridrato de emetina, cloridrato de diidroemetina e cloroquina.
Amebicidas de qualquer das Localizações: Tetraciclinas e seus derivados. Os derivados imidazólicos.


Cisto da Entamoeba histolytica


Acadêmica:
Frantiesca Vargas

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